Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Robespierre ~


Robespierre ~
(II de III)

"Chico (i) olhou-nos profundamente e esclareceu: 

- Pois é, Ranieri, o nosso amigo Emmanuel foi outrora, na França, Robespierre (i). Governou o povo Francês durante a época do Terror e conquistou uma legião de inimigos. Como prova, renasceu assim aleijado e, por estas condições, torturado. E com ele dá-se um facto interessante: quando dorme e o seu espírito desprendido sai do corpo, aqueles a quem mandou matar durante a Revolução avançam para ele, desesperados e, atacam-no. Aflito, aterrado, volta ao corpo físico, onde se oculta e, acorda deste lado aos gritos.

Este corpo está deformado desta maneira e, ainda assim, é uma fortaleza e um refúgio. Ao princípio, eram centenas. Mas com o correr dos anos, têm sido esclarecidos pelo espírito Emmanuel (i) e por outros amigos espirituais. Agora, já restam poucos. Quando esses inimigos não o atacam, vai procurar a mãe e obsidia-a. Então, ela fica louca. Já esteve internada por causa disso. Quando se afasta dela, a pobrezinha fica boa, volta ao normal. Diz o nosso Emmanuel que “quando essas últimas entidades inimigas forem doutrinadas”, ele irá desencarnar.

Fitámos, estarrecidos, aquela criatura indefesa que ali estava. O poderoso tirano que mandara milhares de pessoas para a guilhotina, jazia agora, depois de quase dois séculos, num leito de doente, sob a luva do desespero e da dor.

Diante dos nossos olhos, momentaneamente postos no passado, desfilaram as multidões que o seguiram e os amigos que ele mandara matar. “Quem com ferro mata, com ferro morre” dissera o Mestre. “Não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo.”

Na beleza do seu gesto, na bondade luminosa de sua alma, Chico ajudava aquela criatura a sair das trevas para a luz. Por que lhe teriam dado também o nome de Emmanuel? E por que é que Chico e o orgulhoso senador romano, na estela do tempo, ali estavam, de mãos estendidas, amparando-o no sofrimento e na recuperação? Quem teriam sido eles na França daquela época? Ou quando se teriam encontrado noutras civilizações?

O nosso pensamento, como um fantástico corcel, galopava nas nuvens da nossa memória.

Chico afagou mansamente a cabeça da criança, que se aquietou, silenciosa, como a ave implume sob as asas da mãe.”

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CHICO XAVIER PÁGINAS DE UMA VIDA, Robespierre (II de III), 2ª PARTE – CONVERSAS MANTIDAS POR R. A. RANIERI COM CHICO XAVIER 
(imagem de contextualização: Maximilien de Robespierre (1758-1794) foi um advogado e político francês e, uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa. Ditador sanguinário durante o Período do Terror em França)

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