Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lei dos Agrupamentos no Espaço

“A lei dos agrupamentos no espaço é a das afinidades. A ela estão sujeitos todos os Espíritos. A orientação de seus pensamentos leva-os naturalmente para o meio que lhes é próprio, porque o pensamento é a própria essência do mundo espiritual, sendo a forma fluídica apenas o vestuário. Onde quer que seja, reúnem-se os que se amam e compreendem. Herbert Spencer, num momento de intuição, formulou um axioma igualmente aplicável ao mundo visível e ao mundo invisível. “A vida – disse ele – é uma simples adaptação às condições exteriores.” ”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, XI. – A vida no Além

Segredo da Vida

“Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais subtis, mais apuradas. Do seio do invisível, aonde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, X. – A Morte

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Conjunto da Criação

“Se encararmos a multiplicidade enorme das trocas que se realizam entre todos os corpos, o que mais nos surpreende não são essas combinações em si, mas o maravilhoso conhecimento das necessidades de cada ser que elas atestam. Nada se perde no imenso laboratório da natureza. Todos os seres, por ínfimos que nos pareçam, têm a sua utilidade para o bom funcionamento do conjunto da criação; cada substância é utilizada por forma a produzir o seu máximo de efeito e, a “circulação da matéria” entretém a vida na superfície do nosso Globo. Sim, esse movimento perpétuo é a alma do Mundo e, quanto mais complicado ele é, quanto mais variado, tanto mais testemunha em favor de uma acção diretriz.”

GABRIEL DELANNE, O Espiritismo Perante a Ciência, Capítulo I - A ideia directriz

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tesouros de Paciência

“Deus conhece todas as almas, que formou com o seu pensamento e o seu amor. Sabe o grande partido que delas há de tirar mais tarde para a realização das suas vistas. A princípio, deixa-as percorrer vagarosamente as vias sinuosas, subir os sombrios desfiladeiros das vidas terrestres, acumular pouco a pouco em si os tesouros de paciência, de virtude, de saber, que se adquirem na escola do sofrimento. Mais tarde, enternecidas pelas chuvas e pelas rajadas da adversidade, amadurecidas pelos raios do sol divino, saem da sombra dos tempos, da obscuridade das vidas inumeráveis, e eis que suas faculdades desabrocham em feixes deslumbrantes; a sua inteligência revela-se em obras que são como que o reflexo do Génio Divino.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, IX. – Evolução e finalidade da alma

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Torrente Caudalosa

“Conseguirá a alma chegar um dia ao termo da sua viagem? Avançando pelo caminho traçado, ela vê sempre se abrirem novos campos de estudos e descobertas. Semelhantes à corrente de um rio, as águas da Ciência suprema descem para ela em torrente cada vez mais caudalosa. Chega a penetrar a santa harmonia das coisas, a compreender que não existe nenhuma discordância, nenhuma contradição no universo; que por toda parte reinam a ordem, a sabedoria, a providência, e a sua confiança e seu entusiasmo aumentam cada vez mais. Com amor maior ao Poder Supremo, ela saboreia de maneira mais intensa as felicidades da vida bem-aventurada.
Daí em diante está intimamente associada à obra divina; está preparada para desempenhar as missões que cabem às almas superiores, à hierarquia dos Espíritos que, por diversos títulos, governam e animam o Cosmo, porque essas almas são os agentes de Deus na obra eterna da Criação, são os livros maravilhosos em que Ele escreveu os seus mais belos mistérios, são como as correntes que vão levar às terras do Espaço as forças e as radiações da Alma Infinita.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, IX. – Evolução e finalidade da alma

domingo, 14 de novembro de 2010

O Outro Lado da Dor

“Assim se desvenda o mistério da Psique, a alma humana, filha do céu, exilada na carne, e suas existências, o longo cortejo dos sofrimentos por que passou. Esses sofrimentos são o preço da sua felicidade, essas provas redundaram todas em seu proveito, afinal ela o compreende. Então, mudam-se os papéis. De protegida passa a protectora; envolve com a sua influência os que lutam ainda nas Terras do Espaço, insufla-lhes os conselhos da própria experiência; sustenta-os na via árdua, nas sendas ásperas que ela própria percorreu.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, IX. – Evolução e finalidade da alma

A Chama Interior

“O Espírito Divino, que anima o Universo, actua sobre todas as almas; busca penetrá-las, esclarecê-las, fecundá-las; mas a maior parte se deixa ficar na escuridão e no insulamento. Demasiado grosseiras ainda, não podem sentir-lhe a influência nem ouvir os seus chamados. Muitas vezes ele as cerca, as envolve, procura chegar às camadas profundas das suas consciências, acordá-las para a vida espiritual. Muitas resistem a essa acção, porque a alma é livre; outras somente a sentem nos momentos solenes da vida, nas grandes provas, nas horas desoladas em que experimentam a necessidade de um socorro do Alto e o pedem. Para viver da vida superior a que se adaptam essas influências, é necessário ter conhecido o sofrimento, praticado a abnegação, ter renunciado às alegrias materiais, acendido e alimentado em si a chama, a luz interior que se não apaga nunca e cujos reflexos iluminam desde este mundo, as perspectivas do Além. Só múltiplas e penosas existências planetárias nos preparam para essa vida.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, IX. – Evolução e finalidade da alma

Murmúrio das Paixões

“Quando aplicamos o ouvido ao que se passa no fundo do nosso ser, ouvimos como o cachão de águas ocultas e tumultuosas, o fluxo e refluxo do mar agitado da personalidade que os vendavais da cólera, do egoísmo e do orgulho encapelam. São as vozes da matéria, os chamamentos das baixas regiões, que nos atraem e influenciam ainda as nossas acções; mas, essas influências, podemos dominá-las com a vontade, podemos impor silêncio a essas vozes. Quando em nós se faz a bonança, quando o murmúrio das paixões se aplaca, eleva-se então a voz potente do Espírito Infinito, o cântico da Vida Eterna, cuja harmonia enche a Imensidade. E, quanto mais o Espírito se eleva, purifica e ilustra, tanto mais o seu organismo fluídico se torna acessível às vibrações, às vozes, ao influxo do Alto.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, IX. – Evolução e finalidade da alma

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Carácter do ser Humano

Tal é o carácter complexo do ser humano – espírito, força e matéria, em que se resumem todos os elementos constitutivos, todas as potências do universo. Tudo o que está em nós está no universo e tudo o que está no universo encontra-se em nós. Pelo corpo fluídico e pelo corpo material o homem acha-se ligado à imensa teia da vida universal; pela alma, a todos os mundos invisíveis e divinos. Somos feitos de sombra e luz; somos a carne com todas as suas fraquezas e o espírito com as suas riquezas latentes, as suas esperanças radiosas, os seus surtos grandiosos, e o que está em nós em todos os seres se encontra. Cada alma humana é uma projecção do grande Foco Eterno e é isso o que consagra e assegura a fraternidade dos homens. Temos em nós os instintos animais, mais ou menos comprimidos pelo trabalho longo e pelas provas das existências passadas, e temos também a crisálida do anjo, do ser radioso e puro, que podemos vir a ser pela impulsão moral, pelas aspirações do coração e pelo sacrifício constante do “eu”. Tocamos com os pés as profundezas sombrias do abismo e com a fronte as alturas fulgurantes do céu, o império glorioso dos Espíritos.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, IX. – Evolução e finalidade da alma

Da Hierarquia dos Espíritos

“Segundo o Espiritismo, nem os ANJOS nem os DEMÓNIOS são seres à parte; a criação de seres inteligentes é uma só. Unidos a corpos materiais, constituem a humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas; uma vez libertos do corpo material, constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos, que povoam os espaços. Deus criou-os perfectíveis; deu-lhes por objectivo a perfeição, com a felicidade que dela decorre. Mas não lhes deu a perfeição; quis que a obtivessem através  do seu trabalho pessoal, para que a pudessem merecer. Progridem desde o momento da sua criação, quer encarnados, quer no estado espiritual. Alcançando o apogeu, tornam-se puros Espíritos ou anjos segundo a expressão vulgar, de maneira que, a partir do embrião do ser inteligente até ao anjo, há uma cadeia na qual cada um dos elos assinala um grau de progresso.”

ALLAN KARDEC, O Céu e o Inferno, Capítulo IX, Os demónios segundo o Espiritismo, OS DEMÓNIOS