Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...
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domingo, 3 de julho de 2011

A senda estreita


Porfiai por entrar pela porta estreita…” – Jesus (Lucas, 13:24.)

- Não te aconselhes com a facilidade humana para a solução dos problemas que te inquietam a alma.

A realização pede trabalho.

A vitória exige a luta.

- Muitos jornadeiam no mundo na larga avenida dos prazeres efémeros e esbarram na mata do tédio ou da intemperança, quando não sucumbem sob as farpas do crime.

- Muitos preferem a estrada agradável dos caprichos pessoais atendidos e caem, desavisados, nos fojos de tenebrosos enganos, quando não se despenham nos precipícios de tardio arrependimento.

- Seja qual for a experiência em que te situas, na Terra, lembra-te de que ninguém recebe um berço entre os homens para acomodar-se com a inércia, no desprezo deliberado às leis que regem a vida.

- O nosso dever é a nossa escola.

Por isso mesmo, a senda estreita a que se refere Jesus é a fidelidade que nos cabe manter limpa e constante, no culto às obrigações assumidas diante do Bem Eterno.

Para sustentá-la, é imprescindível sacrificar no santuário do coração tudo aquilo que constitua bagagem de sombra no campo de nossas aspirações e desejos.

Adaptarmo-nos à disciplina do próprio espírito na garantia da felicidade geral é estabelecer em nós próprios o caminho para o Céu que almejamos.

- Não te detenhas no círculo das vantagens que se apagam em fulguração passageira, uma vez que a ociosidade compra, em desfavor de si mesma, as chagas da penúria e as trevas da ignorância.

- Porfia na renúncia que eleva e edifica, enobrece e ilumina.

- Não desdenhes a provação e o trabalho, a abnegação e o suor.

- E, em todas as circunstâncias, recorda sempre que a “porta larga” é a paixão desregrada do “eu” e a “porta estreita” é sempre o amor intraduzível e incomensurável de Deus.


ESPÍRITO EMMANUEL, Ceifa de Luz – A senda estreita, psicografia do médium FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
(imagem: La Danaíde - 1889, estátua de Auguste Rodin)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Robespierre ~


Robespierre ~
(III de III)

“Algumas lições e novos conhecimentos se podem tirar desta passagem extraordinária. O corpo humano aleijado, deformado, que olhamos sempre com compaixão quando vemos algum infeliz na rua, é também uma “fortaleza”. É o abrigo que protege o espírito culpado que, na espiritualidade, não teria onde se esconder e, que viveria perseguido pelas hordas de entidades enfurecidas, as suas vítimas de outras eras, que tornariam a sua existência insuportável. Deus, na Sua misericórdia, concede-lhe, apesar de tudo, uma fortaleza e refúgio.

Mas apesar de perseguido e a sofrer, vimos que nem isso aplacava a sua fúria, porque à menor oportunidade que tinha, procurava a mãe e enlouqueci-a. Isto mostra a dureza dos nossos corações, a incompreensão e a maldade que perduram através dos milénios. Ninguém se reforma de um dia para o outro. É necessário que o espírito renasça milhares de vezes até que se redima e encontre a luz para sempre.

Três ou quatro anos depois, soubemos que o pequeno Emmanuel desencarnara, tal como previra o Grande Emmanuel (i).

Naquele ambiente do grupo Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, recebera amor carinho e, os seus perseguidores, sob as vibrações espirituais, encontraram o esclarecimento e a paz, a fim de voltarem, através da reencarnação, às lutas da Terra.”

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CHICO XAVIER PÁGINAS DE UMA VIDA, Robespierre (i) (III de III), 2ª PARTE – CONVERSAS MANTIDAS POR R. A. RANIERI COM CHICO XAVIER (i).
(imagem de contextualização: Maximilien de Robespierre (1758-1794) foi um advogado e político francês e, uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa. Ditador sanguinário durante o Período do Terror em França)

Robespierre ~


Robespierre ~
(II de III)

"Chico (i) olhou-nos profundamente e esclareceu: 

- Pois é, Ranieri, o nosso amigo Emmanuel foi outrora, na França, Robespierre (i). Governou o povo Francês durante a época do Terror e conquistou uma legião de inimigos. Como prova, renasceu assim aleijado e, por estas condições, torturado. E com ele dá-se um facto interessante: quando dorme e o seu espírito desprendido sai do corpo, aqueles a quem mandou matar durante a Revolução avançam para ele, desesperados e, atacam-no. Aflito, aterrado, volta ao corpo físico, onde se oculta e, acorda deste lado aos gritos.

Este corpo está deformado desta maneira e, ainda assim, é uma fortaleza e um refúgio. Ao princípio, eram centenas. Mas com o correr dos anos, têm sido esclarecidos pelo espírito Emmanuel (i) e por outros amigos espirituais. Agora, já restam poucos. Quando esses inimigos não o atacam, vai procurar a mãe e obsidia-a. Então, ela fica louca. Já esteve internada por causa disso. Quando se afasta dela, a pobrezinha fica boa, volta ao normal. Diz o nosso Emmanuel que “quando essas últimas entidades inimigas forem doutrinadas”, ele irá desencarnar.

Fitámos, estarrecidos, aquela criatura indefesa que ali estava. O poderoso tirano que mandara milhares de pessoas para a guilhotina, jazia agora, depois de quase dois séculos, num leito de doente, sob a luva do desespero e da dor.

Diante dos nossos olhos, momentaneamente postos no passado, desfilaram as multidões que o seguiram e os amigos que ele mandara matar. “Quem com ferro mata, com ferro morre” dissera o Mestre. “Não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo.”

Na beleza do seu gesto, na bondade luminosa de sua alma, Chico ajudava aquela criatura a sair das trevas para a luz. Por que lhe teriam dado também o nome de Emmanuel? E por que é que Chico e o orgulhoso senador romano, na estela do tempo, ali estavam, de mãos estendidas, amparando-o no sofrimento e na recuperação? Quem teriam sido eles na França daquela época? Ou quando se teriam encontrado noutras civilizações?

O nosso pensamento, como um fantástico corcel, galopava nas nuvens da nossa memória.

Chico afagou mansamente a cabeça da criança, que se aquietou, silenciosa, como a ave implume sob as asas da mãe.”

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CHICO XAVIER PÁGINAS DE UMA VIDA, Robespierre (II de III), 2ª PARTE – CONVERSAS MANTIDAS POR R. A. RANIERI COM CHICO XAVIER 
(imagem de contextualização: Maximilien de Robespierre (1758-1794) foi um advogado e político francês e, uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa. Ditador sanguinário durante o Período do Terror em França)

Robespierre ~


Robespierre ~ 
(I de III)

“Lembramo-nos com saudade do grupo de trabalho espiritual, em Pedro Leopoldo, onde Chico iniciou as suas actividades. Casa pobre, simples, cheia de espiritualidade, cor-de-rosa desbotada, junto à residência do grande amigo.

Numa das primeiras vezes que o visitámos, com aquele encantamento que nos acompanhará por toda a vida, ouvimos o choro de uma criança. Não era a primeira vez que ouvíamos este choro aflitivo, angustiado, triste.

Chico (i) percebeu-nos a preocupação e disse com muita delicadeza:

- É um menino de quem eu tracto. Tem nove anos, mas está numa caminha, entrevado. Querem vê-lo? Chama-se Emmanuel.

Seguindo-lhe o gesto, acompanhámo-lo.

A caminha do menino estava ao lado da porta que separava os dois quartos, ali mesmo ao pé do Centro. Tudo de tijolos, na simplicidade da pobreza franciscana.

- A mãe é doente e não pode tratar do menino, acrescentou Chico. Coube-me a tarefa de alimentá-lo e mantê-lo.

Aproximámo-nos. Na pequena cama, esperava-nos um verdadeiro monstro. O coitadinho era aleijado e não era maior do que uma criança de dois anos. Braços e pernas retorcidos e uma fisionomia angustiada.

A nossa mente galopou pelo espaço, o coração confrangeu-se-nos no peito e, num relâmpago pensámos: como pode o Chico – cheio de problemas da Doutrina para resolver, a trabalhar na repartição em que é funcionário e, a orientar milhares de pessoas que o procuram diariamente – tratar ainda deste infeliz? Sentimos que se desenrolava ali um grande drama.”

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CHICO XAVIER PÁGINAS DE UMA VIDA, Robespierre* (I de III), 2ª PARTE – CONVERSAS MANTIDAS POR R. A. RANIERI COM CHICO XAVIER. 
(imagem de contextualização: Maximilien de Robespierre (1758-1794) foi um advogado e político francês e, uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa. Ditador sanguinário durante o Período do Terror em França)