Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 19 de novembro de 2011

Árias, párias e rajás


Os arianos puros

   Era
na Índia
de então
que se
reuniam
os arianos
puros, entre os
quais se
cultivavam
igualmente
as lendas de um
mundo perdido,
no qual o povo hindu
colocava as fontes
de sua nobre origem.
Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente da Lemúria, arrasado em parte pelas águas dos oceanos Pacífico e Índico, e de cujas terras ainda existem porções remanescentes, como a Austrália.

   A realidade, porém, qual já vimos, é que, como os egípcios, os hindus eram um dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta. Deles descendem todos os povos arianos, que floresceram na Europa e hoje atingem um dos mais agudos períodos de transição na sua marcha evolutiva. O pensamento moderno é o descendente legítimo daquela grande raça de pensadores, que se organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dos tempos terrestres, tanto que as línguas das raças brancas guardam as mais estreitas afinidades com o sânscrito, originário de sua formação e que constituía uma reminiscência da sua existência pregressa, em outros planos.

Os rajás e os párias

   Na verdade, esses sistemas avançados de religião e filosofia evocam o fastígio da raça no seu mundo de origem, de onde foi precipitada ao orbe terreno pelo seu orgulho desmedido e infeliz.

   Os arianos da Índia, porém, não se compadeceram das raças atrasadas que encontraram em seu caminho e cuja evolução devia representar para eles um imperativo de trabalho regenerador na face da Terra; os aborígenes foram considerados como os párias da sociedade, de cujos membros não podiam aproximar-se sem graves punições e severos castigos.

   Ainda hoje, o espírito iluminado de Gandhi, que é obrigado a agir na esfera da mais atenciosa psicologia dos seus irmãos de raça, não conseguiu eliminar esses absurdos sociais. Do seio do grande povo de iniciados e profetas. Os párias são a ralé de todos os seres e são obrigados a dar sinal de alarme quando passam por qualquer caminho, a fim de que os venturosos se afastem do seu contágio maléfico.

   A realidade, contudo, é que os rajás soberanos, ao influxo da misericórdia do Cristo, voltam às mesmas estradas que transitaram sobre o dorso dos elefantes ajaizados de pedrarias, como mendigos desventurados, resgatando o pretérito em avatares de amargas provações expiatórias. Os que humilharam os infortunados, do alto de seus palácios resplandecentes volvem aos mesmos caminhos, cheios de chagas cancerosas, exibindo a sua miséria e a sua indigência.

   E o que é de admirar-se é que nenhum povo da Terra tem mais conhecimento, acerca da reencarnação, do que o hindu, ciente dessa verdade sagrada desde os primórdios da sua organização neste mundo.

(Arianismo, Wikipédia)


ESPÍRITO EMMANUEL, A Caminho da Luz, V - A ÍNDIA. Texto mediúnico recebido em 1938 por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
(imagem: The Peri (The Sacred Elephant; The Sacred Lake) 1882, pintura de Gustave Moreau)

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