Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O pensamento é força electromagnética...


A Vontade

   Comparemos a mente humana – espelho vivo da consciência lúcida – a um grande escritório, subdividido em diversas secções de serviço.

   Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estímulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimónios da evolução e da cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.
  
   Acima de todos eles, surge o Gabinete da Vontade.

   A vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os sectores da acção mental.

   A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.

   Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.

   A electricidade é energia dinâmica.

   O magnetismo é energia estática.

   O pensamento é força electromagnética.

   Pensamento, electricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da vida universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as metas supremas, traçadas pelo Plano Divino.

   A vontade, contudo, é o impacto determinante.

   Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.

   O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.

   Sem ela, o desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registadora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.

   Só a vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.

    Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.


ESPÍRITO EMMANUEL, Pensamento e Vida – A Vontade. Texto mediúnico ditado a FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
(imagem: A Female Saint – 1941, pintura de Edgar Maxence)

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