Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Espiritismo na Arte~


Quinta lição, de O Esteta

– Projecção de quadros e formas esculturais no espaço

|10 de Janeiro de 1922|

“Em nossas últimas lições falamos dos diferentes graus de inspiração capazes de se exteriorizar e de formar pinturas, imagens espirituais tornadas concretas para os seres que habitam o vosso mundo, e sobre os diversos pontos do espaço celeste.

Com as lições preliminares tendo mostrado a ginástica cerebral que se realiza em cada ser organizado, de forma consciente ou inconsciente, vamos rever qual é o fenómeno que, na volta ao espaço, faz mover, por reflexo, esses mesmos feixes fluídicos, acumulados sob a forma de conhecimentos nos corpos carnais.

Um escultor regressa à vida do espaço. Ele revê todas as suas existências passadas e, geralmente, estas últimas tiveram como centro de trabalho (centro, no sentido absoluto do termo) lugares em que a própria natureza induz à beleza. No espaço, esse ser não poderá afastar do seu espírito os pensamentos, a visão das obras criadas por seus semelhantes ou por ele mesmo. Instintivamente, seu espírito ainda flutuará em torno dos monumentos, das estátuas que ele gostava de contemplar durante sua vida material. Se passou sua existência em um determinado país, a ele retornará; se passou uma existência anterior em um outro país, a ele será atraído, instintivamente, por suas lembranças.

Quando em repouso, no espaço, desfrutará de uma real beatitude, e projectará, em raios de todas as cores, quadros, formas esculturais do mais maravilhoso efeito. Poderá unir as artes gregas, romanas, latinas e gaulesas e reviver horas inesquecíveis para ele. Todas as épocas de sua arte serão representadas, segundo a duração e o género das evoluções realizadas.

Um dia, no meio astral em que se encontra, composto de moléculas especiais, ele desejará fazer os espíritos menos avançados tirarem proveito dessas mais belas projecções. Com a ajuda de alguns amigos, seu pensamento pedirá a Deus para atrair espíritos profanos que têm o desejo de se elevar, mas cujos conhecimentos artísticos são medíocres. Para empregar vossos termos, ele quererá vulgarizar sua arte e atrair para si um público de seres sem dúvida distintos, mas pouco eruditos. O espírito sempre inventivo dos nossos artistas criará pórticos, abóbadas, unindo a arte grega à arte romana, a arte romana à arte ogival, e que constituirão graciosos monumentos. Esses monumentos, erigidos fluidicamente, utilizam moléculas relativamente sólidas, não a ponto de se poder ir de encontro a elas, mas essas moléculas, à passagem dos espíritos, produzem neles uma impressão quase de êxtase.

Dessa forma, os seres fluídicos podem se encontrar em presença de arquitecturas cujos planos a vossa geometria, muito pobre, não me pode ajudar a explicar.

Essas obras de arte podem permanecer fixas no espaço o tempo que a vontade do artista desejar, no entanto ele sente que seu orgulho tem limites; em um determinado momento, sua vontade, instintivamente, projectará um outro quadro e o monumento precedente desaparecerá para dar ao azul celeste toda a sua limpidez, esperando que uma nova obra se produza e se sustente.

As moléculas que compõem esses trabalhos de arquitectura são, em si mesmas, maleáveis e obtidas na matéria astral; mas o pensamento do artista, como todos os outros sentimentos, irisam esses trabalhos de cores tais que todos os seres que contemplam essas obras experimentam sensações tão mais vivas quanto mais acentuada for a elevação de cada um.

Os modelos são obtidos tanto de lembranças que emanam da vossa Terra como de outros mundos mais ou menos avançados. Eu vos falarei desses mundos em último lugar.

Se a escultura é interessante, a pintura não o é menos. Existem gradações entre a escultura, a pintura, a música e a arte da palavra, ou da filosofia escrita ou falada.”
/…


LÉON DENIS, O Espiritismo na Arte, Parte III Quinta lição – Projecção de quadros e formas esculturais no espaço, 12º fragmento da obra.
(imagem: Mona Lisa 1503-1507 – Louvre, pintura de Leonardo da Vinci)

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