Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Natureza da Alma

“O Espiritismo projecta luz nova sobre o problema da natureza da alma. Fazendo que a experimentação interviesse na filosofia, isto é, numa ciência que, como instrumento de pesquisa, apenas empregava o senso íntimo, ele possibilitou que o Espírito seja visto de maneira efectiva e que todos se certifiquem de que até então o mesmo Espírito estivera muito mal conhecido.
O estudo do eu, isto é, do funcionamento da sensibilidade, da inteligência e da vontade, faz que se perceba a actividade da alma, no momento em que essa actividade se exerce, porém nada nos diz sobre o lugar onde se passam tais fenómenos, que não parecem guardar entre si outra relação, para além da continuidade. Entretanto, os recentes progressos da psicologia fisiológica demonstraram que íntima dependência existe entre a vida psíquica e as condições orgânicas de suas manifestações. A todo o estado da alma corresponde uma modificação molecular da substância cerebral e reciprocamente. Mas, param aí as observações e a ciência se revela incapaz de explicar por que a matéria que substitui a que é destruída pela usura vital conserva as impressões anteriores do espírito.
A ciência espírita se apresenta, certamente, para preencher essa lacuna, provando que a alma não é uma entidade ideal, uma substância imaterial sem extensão e sim que é provida de um corpo subtil, onde se registam os fenómenos da vida mental e a que foi dado o nome de perispírito. Assim como, no homem vivo, importa distinguir do espírito a matéria que o incorpora, também não se deve confundir o perispírito com a alma. O eu pensante é inteiramente distinto do seu envoltório e não se poderia identificar com este, do mesmo modo que a veste não se identifica com o corpo físico. Todavia, entre o espírito e o perispírito existem as mais estreitas conexões, porquanto são inseparáveis um do outro, como mais tarde o veremos.
Quererá isto dizer que encontramos a verdadeira natureza da alma? Não, visto que esta se mantém inacessível, tanto quanto, aliás, a essência da matéria. Vemos, no entanto, descoberta uma condição, uma maneira de ser do espírito, que explica grande cópia de fenómenos, até então insolúveis.”

GABRIEL DELANNE, A Alma é Imortal, Introdução – Demonstração experimental da imortalidade (1 de 6)

Sem comentários: