Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 23 de julho de 2011

Até à libertação da Servidão dos Renascimentos~


   “Segundo a opinião dos teósofos, o regresso da alma à carne efectua-se a cada mil e quinhentos anos.  Esta teoria não é confirmada nem pelos factos nem pelo testemunho dos Espíritos. Estes, interrogados em grande número, em meios muito diversos, responderam que a reencarnação é muito mais rápida; as almas ávidas de progresso demoram-se pouco no espaço. Pedem o regresso à vida deste mundo para conquistar novos títulos, novos méritos. Possuímos sobre as existências anteriores de certa pessoa indicações recolhidas, em pontos muito afastados uns dos outros, da boca de médiuns que nunca se conheceram, indicações perfeitamente concordes entre si e com as intuições do interessado. Demonstram que apenas vinte, trinta anos, quando muito, separaram as suas vidas terrestres. Não há, quanto a isso, regra exacta. As encarnações aproximam-se ou se distanciam segundo o estado das almas, seu desejo de trabalho e adiantamento e as ocasiões favoráveis que se lhes oferecem; nos casos de morte precoce, são quase imediatas.

   Sabemos que o corpo fluídico materializa-se ou purifica-se conforme a natureza dos pensamentos e das acções do Espírito. As almas viciosas atraem a si, por suas tendências, fluidos impuros, que lhes tornam mais espesso o invólucro e lhes diminuem as radiações. À morte, não podem elevar-se acima das nossas regiões e ficam confinadas na atmosfera ou misturadas com os humanos; se persistem no mal, a atracção planetária torna-se tão poderosa que lhes precipita a reencarnação.

   Quanto mais material e grosseiro é o Espírito, tanto mais influência tem sobre ele a lei de gravidade; com os Espíritos puros, cujo perispírito radioso vibra a todas as sensações do infinito e que acham nas regiões etéreas meios apropriados à sua natureza e ao seu estado de progressão, produz-se o fenómeno inverso. Chegados a um grau superior, esses Espíritos prolongam cada vez mais a sua estada no espaço; as vidas planetárias tornam-se para eles a excepção e a vida livre a regra, até que a soma das perfeições realizadas os liberte para sempre da servidão dos renascimentos.”

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, Segunda Parte/O Problema do Destino, XIII – As vidas sucessivas. A reencarnação e suas Leis (7 de 7)
(imagem: pintura de Salvador Dali, 1943_01)

1 comentário:

palavra luz disse...

Ando há muito para mergulhar activamente nesta recolha sistemática de preciosidades da reflexão e de pesquisas que, mais do que "explicar", desafiam na alma o entendimento e o entusiasmo evolutivo.
Julgo que este abrir de horizontes é o melhor que nos dá a "doutrina dos espíritos".

Nesta citação de Léon Denis, sem querer embrulhar-me na decifração de segredos que - em devido tempo - serão plenamente esclarecidos perante todos nós, há um detalhe que me desafia: a temporização dos regressos.

Segundo várias coisas que tenho lido - e que tenho como boas - no outro lado da vida, não há tempo nem espaço, e os espíritos têm uma espécie de dom da ubiquidade.

Como tal julgo que a ordem dos acontecimentos não está - seja ela qual for - sujeita à ordenação cronológica e ao desfile dos tempos que condiciona a nossa vida, aqui e ao longo da vida ou da História.

Tudo isto para dizer que o entusiasmo espiritual que nos é oferecido pelo programa da criação, é de tal forma empolgante e diverso, que só temos razão para nos sentirmos criaturas generosamente fadadas para horizontes sem fim.

A terminar, Deus é a palavra que apetece.

Grande abraço Gilberto!...