Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Natureza do princípio pensante

“O nosso objectivo neste volume é apresentar algumas das provas que já se possuem da existência de tal envoltório, a que foi dado o nome de perispírito (de peri, em torno, e spiritus, espírito).
Para essa demonstração, recorreremos não só aos espíritas propriamente ditos, mas também aos magnetizadores espiritualistas e aos sábios independentes que hão começado a explorar este domínio novo. Ao mesmo tempo, facultado nos será comprovar que a corporeidade da alma não é uma idéia nova, que teve numerosos partidários, desde que a humanidade entrou a preocupar-se com a natureza do princípio pensante.
Veremos, primeiro, que a antiguidade, quase toda ela, mais ou menos admitiu essa doutrina; eram, porém, vagos e incompletos os conhecimentos de então sobre o corpo etéreo. Depois, à medida que se foi cavando o fosso entre a alma e o corpo, que as duas substâncias mais e mais se diferençavam, uma imensidade de teorias procuraram explicar a acção recíproca que elas entre si exercem. Surgiram as almas mortais de Platão, as almas animais e vegetativas de Aristóteles, o ochema e o eidolon dos gregos, o nephesh dos hebreus, o baí dos egípcios, o corpo espiritual de São Paulo, os espíritos animais de Descartes, o mediador plástico de Cudworth, o organismo subtil de Leibnitz, ou a sua harmonia preestabelecida; o influxo físico de Euler, o arqueu de Van Helmont, o corpo aromal de Fourier, as idéias-força de Fouillée, etc. Todas essas hipóteses, que por alguns de seus lados roçam a realidade, carecem do cunho de certeza que o Espiritismo apresenta, porque não imagina, demonstra.
O espírito humano, só pelo esforço de suas especulações, jamais pode estar certo de haver chegado até aí. É-lhe necessário o auxílio da ciência, isto é, da observação e da experiência, para estabelecer as bases da sua certeza. Não é, pois, guiados por ideias preconcebidas que os espíritas proclamam a existência do perispírito: é, pura e simplesmente, porque essa existência resulta, para eles, da observação.”

GABRIEL DELANNE, A Alma é Imortal, Introdução – Demonstração experimental da imortalidade (3 de 6)

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