“Entre os seres que atingiram certo grau de elevação, uns velam pelo cumprimento dos desígnios de Deus, nos grandes destinos do Universo; dirigem a marcha dos acontecimentos e concorrem para o progresso dos mundos; outros tomam os indivíduos sob a sua protecção e se constituem os seus génios tutelares, guias espirituais, que os acompanham do nascimento à morte, procurando dirigi-los na senda do bem; é uma felicidade, quando os seus esforços são coroados de êxito. Alguns se encarnam em mundos inferiores, para aí exercerem missões de progresso; procuram, pelos seus trabalhos, os seus exemplos, os seus conselhos, os seus ensinos, fazê-los avançar nas ciências, nas artes, ou na moral. Submetem-se, então, voluntariamente, às vicissitudes de uma vida corporal, muitas vezes penosa, com o fim de praticar o bem e isso lhes é contado. Muitos, enfim, não têm atribuições especiais; vão a toda a parte onde a sua presença pode ser útil, dar conselhos, inspirar boas ideias, sustentar as coragens titubeantes, dar força aos fracos e castigar os presunçosos.
Se considerarmos o número infinito dos mundos que povoam o Universo e a quantidade incalculável de seres que os habitam, conceber-se-á o que existe ocupação para todos. Os diversos trabalhos nada têm de penoso, eles o fazem voluntariamente e não por constrangimento e, a felicidade consiste em conseguir o que empreendem. Ninguém pensa na ociosidade eterna, que seria um suplício. Quando as circunstâncias o exigem, eles se reúnem em conselhos, deliberam sobre o que devem fazer, dão ordens aos Espíritos subordinados e se dirigem em seguida para onde o dever os chama. Essas assembleias são gerais ou particulares, conforme a importância do assunto; nenhum lugar especial é destinado a essas reuniões; o espaço é o domínio dos Espíritos; entretanto elas se limitam em geral aos globos que constituem o seu objectivo.
Os Espíritos encarnados nesses mundos e que têm uma missão a cumprir assistem muitas vezes a essas assembleias. Enquanto os seus corpos repousam, vão haurir conselhos entre os outros Espíritos, muitas vezes receber ordens sobre a conduta que devem manter como homens. Ao despertar não têm, é verdade, lembrança precisa do que se passou, mas possuem a intuição que os faz agir, inconscientemente.”
DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo III, O perispírito durante a desencarnação – A sua composição – A vida do Espírito
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