Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

domingo, 20 de março de 2011

O estado do Espírito varia em razão directa de sua elevação e sua pureza

“O estado do Espírito, como Espírito, varia extraordinariamente, em razão de sua elevação e de sua pureza. À medida que ele sobe intelectualmente e progride moralmente, as suas percepções e sensações se tornam menos grosseiras, adquirem mais finura, mais delicadeza; ele vê, sente e compreende as coisas que não podia ver nem sentir, nem compreender em uma condição inferior. Ora, cada existência corpórea sendo para ele motivo de progresso, o traz sempre a um meio novo, onde Espíritos de outra ordem têm pensamentos e hábitos diferentes.
Ajuntemos a isso que essa depuração permite-lhe penetrar em mundos inacessíveis aos Espíritos inferiores, como, entre nós, nos salões da aristocracia são interditos a pessoas mal educadas. Quanto menos esclarecido é ele, mais limitado lhe é o horizonte; à medida que ele se eleva e se depura, este horizonte aumenta e com ele o círculo de suas ideias e de suas percepções. A comparação seguinte pode fazer-nos compreender isso.
Suponhamos um campónio bruto e ignorante, que vem pela primeira vez a Paris; compreenderá ele o Paris do mundo elegante e do mundo sábio? Não, porque ele só frequentará os indivíduos de sua classe e os quarteirões em que eles habitam. Mas, se no intervalo de uma segunda viagem, ele se houver desembaraçado, adquirido instruções, maneiras polidas, serão outros os seus hábitos e relações. Verá ele, então, um Paris que não se parecerá em nada com o que ele conheceu outrora. Acontece o mesmo com os Espíritos; nem todos, porém, experimentam essa incerteza no mesmo grau. À medida que progridem, as ideias se desenvolvem, a memória se torna mais pronta, familiarizam-se prontamente com a posição nova, e a sua volta ao seio dos Espíritos nada mais tem que os admire; encontram-se no seu meio normal e, passado o primeiro momento de perturbação, reconhecem-se quase imediatamente.”

DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo III, O perispírito durante a desencarnação – A sua composição – A vida do Espírito

Sem comentários: