Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

segunda-feira, 21 de março de 2011

A perfeição absoluta é Deus, isto é, o infinito e a eternidade…

“Entretanto, como Deus cria sem cessar, pode-se supor que há Espíritos que já percorreram todas as fases e que chegaram, enfim, à perfeição absoluta. É, ainda, uma falsa interpretação, porque a perfeição absoluta é Deus, isto é, o infinito e a eternidade.
Ora, tendo tido um começo, jamais a alma do homem será eterna, ela é simplesmente imortal. É uma função que cresce desde o zero até ao infinito. Pretendeu-se algumas vezes que a alma fosse incriada. Segundo o que pensamos, esta maneira de ver é errónea, porque se nós admitirmos a existência de Deus, ele deve ser o autor de tudo o que existe; sem isso ele não teria razão alguma de ser. Aliás, uma vez que progredimos, elevando-nos de encarnação em encarnação, vemos que ingressamos na vida por um estado de simplicidade no qual não tínhamos faculdade alguma das que hoje possuímos, nós as adquirimos insensivelmente por meio de uma série de lutas contra a matéria; ora, se fôssemos eternos, que significaria a progressão?
Na eternidade não poderíamos aumentar nem diminuir, seríamos imutáveis por nossa própria natureza. Demonstrando-nos, ao contrário, a experiência que nós progredimos intelectualmente, daí devemos concluir que fomos criados.
A imensidade e a eternidade são os únicos limites que encontramos para o progresso, o que vale dizer: o progresso não tem limites. Não nos devemos espantar com esta perspectiva, porque sabemos, por experiência, que a cada descoberta nova, a cada aquisição intelectual está ligada uma felicidade, que se acrescenta à que já gozávamos. À medida que as nossas faculdades se ampliam, elas se exercem num campo cada vez mais vasto, abraçam horizontes mais extensos e, como o Universo é ilimitado, podemos imaginar que nos será necessária a eternidade para compreendê-lo e aprofundar-lhe as leis.
Confiantes na bondade do pai celestial, devemos crer nas promessas dos Espíritos superiores que nos assistem; verificando a felicidade inefável de que gozam, a elevação e a beleza do seu ensino, o nosso único objectivo deve ser o de igualá-los, certos de que o poder divino saberá recompensar sempre os nossos esforços, proporcionando-nos a felicidade pelos trabalhos que tivermos suportado.”

DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo III, O perispírito durante a desencarnação – A Sua composição – A vida do Espírito

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