“Descendo na hierarquia, encontramos Espíritos menos elevados, menos esclarecidos, mas que não deixam de ser bons e, que, numa esfera de actividade mais restrita, preenchem funções análogas. A acção deles, em vez de estender-se aos diferentes mundos, exerce-se especialmente sobre determinado globo, em relação com o seu grau de adiantamento; a sua influência é mais individual e tem por objecto acções menos importantes.
Vem em seguida a multidão dos Espíritos vulgares, mais ou menos bons ou maus, que pululam em torno de nós. Eles se elevam pouco acima da humanidade, da qual representam todos os matizes e são como que o reflexo, porque dela têm todos os vícios e todas as virtudes; em grande número deles, reencontram-se os gostos, as ideias, os pendores que tinham em vida; as faculdades lhes são limitadas, o julgamento falível como o dos homens, muitas vezes erróneo e imbuído de preconceitos.
Noutros, o senso moral é mais desenvolvido; sem grande superioridade nem profundeza, julgam mais judiciosamente e condenam o que fizeram, disseram ou pensaram durante a vida. Aliás, há isto de notável, é que mesmo entre os Espíritos mais ordinários, há na maior parte, sentimentos mais puros na erraticidade que na encarnação; a vida espiritual os esclarece sobre os seus defeitos e, com poucas excepções, arrependem-se amargamente e lamentam o mal que fizeram, pelo qual sofrem mais ou menos cruelmente.
O endurecimento absoluto é muito raro e apenas temporário, porque, cedo ou tarde, se lamentam do seu estado. Pode-se dizer que todos aspiram à perfeição, porque percebem que é o único meio de saírem da posição inferior que ocupam.”
DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo III, O perispírito durante a desencarnação – A sua composição – A vida do Espírito
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