Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

terça-feira, 22 de março de 2011

A Natureza é Harmonia

“As leis da Natureza nos têm provado que existe uma inteligência ordenadora. Essas leis – diz John Herschel – são, não somente constantes, mas concordantes e inteligíveis. E são fáceis de apreender com o auxílio de algumas pesquisas, mais próprias a estimular que a extinguir a curiosidade. Se pertencêssemos a outro planeta e, de súbito, nos transportássemos a um dos nossos meios sociais no intuito de observar o que neles ocorre, ficaríamos desde logo embaraçados para dizer se uma tal sociedade se regeria por quaisquer leis. Se chegássemos a descobrir que ela presumia tê-las, haveríamos, então, de procurar, na sua conduta e consequências dela decorrentes, quais poderiam ser essas leis, em que sentido foram concebidas e não teríamos, talvez, grandes dificuldades no descobrir regras aplicáveis aos casos particulares; mas, se quiséssemos generalizar, se tentássemos apreender alguns princípios salientes, a massa de absurdos, de contradições jorrantes de todos os lados, presto nos desviaria de um amplo exame, ou nos convenceria da inexistência do objecto de nossa pesquisa. Com a Natureza dá-se inteiramente o contrário. Nela não há dissonância nem contradições e, sim, e só, harmonia. Não temos jamais de esquecer o que soubemos uma vez. Quando as regras se generalizam, as excepções aparentes tornam-se regulares. Qualquer equívoco na sua legislação portentosa é tão inaudito como um acto mal entendido.”

FLAMMARION, CAMILLE in “Deus na Natureza” Tomo V - DEUS, (3/6)

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