Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

~A Terceira Revelação

   A primeira revelação estava personificada em Moisés, a segunda em Cristo e a terceira não o está em nenhum indivíduo. As duas primeiras são individuais, a terceira é colectiva; reside nisso uma característica essencial de grande importância. É que ninguém, por consequência, se pode afirmar seu profeta exclusivo. Foi feita simultaneamente em toda a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e de todas as condições, desde o mais baixo ao mais elevado da escala, consoante a profecia relatada pelo autor dos Actos dos Apóstolos: «E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões e os vossos velhos sonharão sonhos; / E também do meu Espírito derramarei sobre o meu servo e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão.» (Actos dos Apóstolos, 2: 17, 18.) Não saiu de nenhum culto especial para servir um dia de ponto de encontro a todos*.

   *O nosso papel pessoal no grande movimento das ideias que se prepara através do Espiritismo e que começa a acontecer, é o de observador atento que estuda os factos para daí retirar as consequências. Confrontámos todos os que nos foi possível reunir; comparámos e comentámos as instruções dadas pelos Espíritos em todos os pontos do globo; depois, coordenámos tudo metodicamente; numa palavra, estudámos e demos a saber ao público o fruto das nossas investigações sem atribuir ao nosso trabalho outro valor que o de uma obra filosófica deduzida da observação e da experiência, sem nunca nos termos dado ares de chefe de doutrina, nem ter querido impor as nossas ideias a ninguém. Ao publicá-las, usámos de um direito comum e os que as aceitaram fizeram-no livremente. Se estas ideias encontraram numerosas simpatias, é por terem tido a vantagem de corresponder às aspirações de um grande número, com o que não nos podemos envaidecer, pois a sua origem não nos pertence. O nosso maior mérito é o da perseverança e devoção à causa que abraçamos. Em tudo isto fizemos o que outros podiam ter feito; é por isso que nunca tivemos a pretensão de nos julgarmos profetas ou messias e ainda menos apresentarmo-nos por tal. (N. do A.)


ALLAN KARDEC, A GÉNESE, Os Milagres e as Profecias Segundo o Espiritismo – Capítulo I, Natureza e Revelação Espírita 45.
(imagem: Baptismo de Jesus - detalhe -, pintura de Leonardo da Vinci)

2 comentários:

Beijaflor disse...

"Lembrai o que Jesus falou, e esclarecei todas as coisas, eis a vossa tarefa inadiável.

A vós, pois,espíritas, competirá trabalhar afincadamente, primeiro no estudo, na busca da racionalidade das vossas actividades, no discernimento sobre os vossos conhecimentos. E isso porque precisais de colaborar na difusão e divulgação da Doutrina, preparando o despertar racional daqueles com quem conviveis. Depois agindo, dando testemunho publico da vossa crença, estribada no exercício da razão.
Aproximam-se as horas do testemunho. A Terra prepara-se para as grandes transformações. Aí estão já os primeiros sinais, que se multiplicarão de forma inusitada.
Finalmente agi, trabalhai, saí sem medo a espalhar a Boa Nova, explicando-a em seus contornos incompreensíveis para a maioria daqueles que vos rodeiam."

Sousa Martins
(psicografia de A.C. em reunião mediúnica de 16/06/2011)

Gilberto Ferreira disse...

Obrigado por sublinhado tão pertinente quanto actual.
Bem haja pela sua simpática presença,
Gilberto Ferreira