Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 20 de agosto de 2011

O papel de um apagador

Nas páginas precedentes expusemos as razões lógicas que militam em prol da doutrina das vidas sucessivas. Consagraremos o presente capítulo e os seguintes a refutar as objecções dos seus contraditores e entraremos no campo das provas científicas que, todos os dias, vêm consolidá-la.
A objecção mais trivial é esta: “Se o homem já viveu, pergunta-se: por que não se lembra de suas existências passadas?”
Já, sumariamente, indicamos a causa fisiológica desse esquecimento; essa causa é o próprio renascimento, isto é, o revestimento de um novo organismo, de um invólucro material que, sobrepondo-se ao invólucro fluídico, faz, a seu respeito, o papel de um apagador. Em consequência da diminuição do seu estado vibratório, o Espírito, cada vez que toma posse de um corpo novo, de um cérebro virgem de toda imagem, acha-se na impossibilidade de exprimir as recordações acumuladas das suas vidas precedentes. Continuarão, é verdade, revelando seus antecedentes em suas aptidões, na facilidade de assimilação, nas qualidades e defeitos; mas todas as particularidades dos factos, dos sucessos que constituem seu passado, reintegrado nas profundezas da consciência, ficarão veladas durante a vida terrestre. O Espírito, no estado de vigília, apenas poderá exprimir pelas formas da linguagem as impressões registadas por seu cérebro material.

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, Segunda Parte/O Problema do Destino, XIV – As vidas sucessivas. Provas experimentais. Renovação da memória. (1 de 4)

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