Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

domingo, 7 de agosto de 2011

A Alma ou o Espírito é alguma coisa

“É-nos desconhecida a natureza íntima da alma. Dizendo-se que ela é imaterial, esta palavra deve ser entendida em sentido relativo e não absoluto, porquanto a imaterialidade completa seria o nada. Ora, a alma ou o espírito é alguma coisa que pensa, sente e quer; tem-se, pois, que entender, quando a qualificamos de imaterial, que a sua essência difere tanto do que conhecemos fisicamente, que nenhuma analogia guarda com a matéria.

Não se pode conceber a alma, senão acompanhada de uma matéria qualquer que a individualize, visto que, sem isso, impossível lhe fora se pôr em relação com o mundo exterior. Na Terra, o corpo humano é o médium que nos põe em contacto com a Natureza; mas, após a morte, destruído que se encontra o organismo vivo, mister se faz que a alma tenha outro envoltório para entrar em relações com o novo meio onde vai habitar. Desde todos os tempos, essa indução lógica foi fortemente sentida e tanto mais quanto as aparições de pessoas mortas, que se mostravam com a forma que tiveram na Terra, fundamentavam semelhante crença.

Quase sempre, o corpo espiritual reproduz o tipo que o Espírito tinha na sua última encarnação e, provavelmente, a essa semelhança da alma se devem as primeiras noções acerca da imortalidade.

Se também ponderarmos que, em sonho, muitas pessoas vêem parentes ou amigos que já morreram há longo tempo, que esses parentes e amigos conversam com elas, parecendo vivos como outrora, não nos será talvez difícil encontrar em tais factos as causas da crença, generalizada entre os nossos ancestrais, numa outra vida.”


GABRIEL DELANNE in A Alma é Imortal, Primeira parte A observação, Capítulo I Golpe de vista histórico – As crenças antigas (1 de 5)

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