Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tesouro da Vida

“A atmosfera já não é, tão-somente, uma mistura de gases; as plantas deixam de ser simples agregados atómicos de carbono ou hidrogénio; os perfumes não se reduzem a moléculas intangíveis e só derramados à noite, para resguardar as flores da friagem; a brisa embalsamada significa algo mais que uma simples corrente de ar; as nuvens não representam apenas vesículas de aquoso vapor; a Natureza não se oferece exclusivamente qual laboratório de química, ou gabinete de física... Antes, pelo contrário, pressentimos em tudo uma lei de harmonia soberana, que governa a marcha simultânea de todas as coisas, que cerca os mais íntimos seres de uma vigilância instintiva, que guarda ciosamente o tesouro da vida em plenitude de pujança e que, pelo seu perpétuo rejuvenescimento, desdobra em potência imutável a fecundidade criada. Em toda esta Natureza há uma espécie de beleza universal, que a nossa alma respira e identifica, como se essa beleza ideal pertencesse unicamente ao domínio da inteligência.”

FLAMMARION, CAMILLE in “Deus na Natureza” Tomo V - DEUS

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