Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Espíritos a não levar a sério

“Pela conformação de nossos órgãos, temos necessidade de certos veículos para as nossas sensações; é assim que nos é preciso a luz para reflectir os objectos, o ar para nos transmitir os sons; esses veículos se tornam inúteis, desde que não possuímos os intermediários que os exigiam. O Espírito vê, pois, sem o socorro da luz, ouve sem necessidade das vibrações do ar. Não há, por isso, escuridão para eles. Temos, assim, a chave das notáveis propriedades dos sonâmbulos lúcidos, que vêem e ouvem muito além do alcance dos sentidos materiais. É que a alma, desprendida, goza de parte das prerrogativas que possui em estado de desencarnação.
Mas, as sensações perpétuas e indefinidas, por mais agradáveis que sejam, tornam-se fatigantes, por fim, se a elas não nos podemos subtrair. Tem a alma a faculdade de suspendê-las; ela pode, à vontade, deixar de ver, ouvir, sentir, ou só sentir, ouvir e ver o que quer. Essa faculdade está na razão da superioridade do ser, porque há coisas que os Espíritos inferiores não podem evitar, o que lhes torna a situação penosa. É isto o que o Espírito, a princípio, não percebe. Os atrasados não compreendem, mesmo, nada, tal como entre nós os ignorantes, que vêem e se movem sem saber como.
Essa inaptidão para compreender o que lhes está acima do entendimento, unida à jactância, companheira ordinária da ignorância, é a causa das teorias absurdas que apresentam certos Espíritos e, que a nós próprios induziriam em erro se aceitássemos sem controlo e sem nos assegurarmos pelos meios fornecidos pela experiência e pelo hábito de conversar com eles, do grau de confiança que merecem.”

DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo III, O perispírito durante a desencarnação –  A sua composição – A vida do Espírito

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