Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Capítulo dos Sonhos

“Já se disse e, com muita propriedade, que o sono é uma forma de morte. Assim, diariamente, o homem, ao deitar-se, realiza, mesmo que inconscientemente, um treino para esse fenómeno biológico terminal.
À semelhança da morte, em que o Espírito só se liberta com facilidade do corpo mediante conquistas anteriores de desapego e renúncia, reflexões e desinteresse pelas paixões mais vigorosas, no sono há uma ocorrência equivalente, pois que o Ser espiritual possui maior ou menor movimentação conforme as suas fixações e conquistas.
O Espírito está sempre em acção até onde podemos concebê-la. A inactividade não se encontra presente nas Leis da Vida. Mesmo nos momentos de repouso, o Espírito movimenta-se atraído por aquilo que mais lhe diz respeito.
O sono é, portanto, uma necessidade para o refazimento orgânico, o restabelecimento de energias do corpo, o reequilíbrio das funções que o accionam.
Assim que um corpo adormece, e, às vezes, mesmo antes do sono total, afrouxam-se os liames que atam o Espírito à matéria, e ele se desprende, parcialmente, rumando para os lugares e as pessoas aos quais se vincula.
Graças e essa movimentação, quando retorna ao domínio carnal traz as impressões e lembranças que imprime no cérebro, constituindo-lhe o complexo capítulo dos sonhos.”


MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA, ESPÍRITO in “Temas da Vida e da Morte” psicografia de DIVALDO PEREIRA FRANCO - Vida, Sono e Sonho.

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