Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Reencontro do Espírito

“Dissemos que o Espírito, ao entrar em sua nova vida, leva algum tempo para reconhecer-se, que tudo é estranho e desconhecido para ele. Perguntar-se-á, sem dúvida, como pode ser assim, se ele já teve outras existências corporais; essas passagens sobre a Terra foram separadas por intervalos no mundo dos Espíritos e, enfim, uma vez que o espaço é a sua verdadeira pátria, o Espírito não deve encontrar-se como exilado. Várias causas tendem a tornar novas para ele essas percepções, apesar de já as ter experimentado.
A morte, já o dissemos, é seguida sempre de um instante de perturbação, mas que pode ser de duração curta. Dissipada essa turvação, as ideias se elucidam pouco a pouco e com elas a lembrança do passado, que só gradualmente volta à memória. Só quando o Espírito está inteiramente desmaterializado é que se desenrolam diante de si as suas vidas anteriores, como uma perspectiva, ao sair lentamente do nevoeiro que a envolvia. Somente, então, se lembra ele da última existência; depois, o panorama de suas passagens sobre a Terra e as voltas ao Espaço se lhes desvelam diante dos olhos. Ele vê os progressos que fez e os que lhe faltam fazer e, assim nasce o desejo de reencarnar, a fim de chegar mais depressa aos mundos felizes que entrevê.
Concebe-se, pois, segundo isso, que o mundo dos Espíritos deve parecer-lhe novo, até ao momento em que a memória inteiramente lhe volta.”

DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo III, O perispírito durante a desencarnação – A sua composição – A vida do Espírito

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