Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Vida Orgânica e A da Alma

“Um dos mais curiosos fenómenos da biologia é o atavismo, isto é, a reprodução em uma raça, de certos caracteres pertencentes aos antepassados, mas desaparecidos nos seus descendentes. Darwin cita notáveis casos e confessa não poder explicar essa singularidade. Se estendermos aos animais as mesmas teorias, se os supusermos com um princípio inteligente, também revestidos de um duplo fluídico, que lhes reproduz exactamente a forma do corpo, compreenderemos facilmente que o animal, reencarnado ao fim de certo tempo, pode trazer os caracteres físicos que tivera durante a sua passagem anterior na Terra; como, porém, os seus congéneres progrediram, ele surge como uma anomalia.
Os homens apresentam, do ponto de vista moral e mesmo físico, casos semelhantes. Os Espíritos rotineiros e atrasados, sempre opostos a qualquer ideia de progresso, são almas que não se adiantaram suficientemente e que dão exemplos de atavismo intelectual.
Em suma, diremos, com Allan Kardec, que o indivíduo que se mostra, simultaneamente, em dois lugares diferentes, tem dois corpos; mas, desses dois corpos, um só é permanente, o outro é apenas temporário; pode-se dizer que o primeiro tem a vida orgânica e o segundo a da alma. Ao despertar, os dois corpos se reúnem e a vida da alma reaparece no corpo material.
Não pareceria possível que pudessem dois corpos, em estado de separação, gozar simultaneamente e, no mesmo grau, a vida activa e inteligente. Entretanto, dir-se-ia contradizerem esta lei os exemplos de António de Pádua e de Xavier.
Deve-se, talvez, atribuir essa divergência aos cronistas, que, impressionados por factos tão estranhos, quiseram torná-los ainda mais misteriosos, atribuindo-lhes uma simultaneidade absoluta.
Deduz-se, ainda, desses fenómenos que o corpo real não poderia morrer, enquanto o corpo aparente se mostrasse visível, pois que a aproximação da morte atrairia o Espírito para o corpo, ainda que por um instante. Resulta disso igualmente que o corpo aparente não poderia morrer, pois que não é formado, assim como o corpo material, de carne e ossos.”

DELANNE, GABRIEL in “O Espiritismo Perante a Ciência” 4ª parte, Capítulo II  “Provas da existência do perispírito – A sua utilidade – O Seu papel”

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