Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 8 de janeiro de 2011

No Bem, com Ferramentas de Hoje

“ “(...) se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil...”
Kardec, Allan in “Evangelho Segundo o Espiritismo”
Cap XVII, item 3 “O Homem de Bem”

Na caracterização que faz do Homem de Bem, o codificador convoca-nos à acção. Não espera que os seguidores da Doutrina Consoladora apenas examinem os seus actos, no intuito de perceberem se agiram contrariamente às leis de justiça, de amor e caridade, a fim de se regenerarem, mas instaura a proactividade para com o próximo como mote de vida consubstanciado no fazer aos outros tudo o que queríamos que nos fosse feito.
Com a evolução dos computadores, a ciência avança hoje, a uma velocidade estonteante e todos os dias novas descobertas, desde o infinitamente-pequeno genoma humano à grandeza do macro-cosmos, nos remetem à existência harmónica das leis Divinas. Os meios de transporte tornaram-se mais rápidos e a comunicação entre todos começa a dar os primeiros passos rumo à sua utilização global – o conceito de nosso próximo deixou de ser apenas aquele que está ao nosso lado e a nossa influencia estendeu-se a toda a humanidade.
As imensas funcionalidades destes meios ainda embrionários face à complexidade da instrumentação utilizada no plano espiritual, abrem-nos um campo imenso de oportunidades de trabalho em favor do progresso da humanidade, mas ao mesmo tempo podem ser elementos de distracção face às tarefas que cada um se comprometeu a realizar, quando planeava a presente reencarnação.
É uma questão de escolha, puro exercício do livre-arbítrio! Não há mais tempo, se quisermos seguir com o progresso da Terra a Mundo de Regeneração, para dispersarmos as nossas energias físicas e espirituais em triviais utilizações das ferramentas que a Bondade Divina colocou ao nosso alcance para contribuirmos para o melhoramento de todos. Depois da Doutrina Consoladora ter passado pelo período de curiosidade onde os espíritos batedores nos chamaram à atenção para a existência da vida futura, e após o esforço do nobre codificador em impulsionar, estruturar e orientar todas as instruções emanadas do plano espiritual - o período filosófico onde a codificação Espírita se depurou, aprofundou e consolidou enquanto doutrina, constituindo-se enquanto ciência.
Eis que se começa a preparar a época que o próprio Allan Kardec, na revista Espírita de Setembro de 1858, denominou “Período de admissão”, no qual o Espiritismo ocupará um lugar entre as crenças oficialmente reconhecidas e que mais tarde culminará com a sua influencia sobre a ordem social, onde para a felicidade de todos a humanidade entrará “em novo caminho moral”.
A participação de cada um em todo este processo inicia-se com a reforma intima estendendo-se aos outros sob a forma de exemplo.
A utilização de todos os meios hoje ao nosso dispor potencia a nossa acção e transforma-nos, indivíduos e instituições já não confinadas entre quatro paredes, em agentes divulgadores de larga escala. Mas devemos ter presente que só nos elevaremos da condição de espíritos-batedores do sec. XXI; isto é, que apenas teremos um papel verdadeiramente pleno e eficaz na divulgação do Consolador Prometido, na medida em que, mantendo-nos fieis aos postulados da Doutrina Espírita, soubermos contribuir para a sua acção e credibilização junto da sociedade onde nos inserimos.”

Gomes Barros, Marcial in “R e v i s t a de E s p i r i t i s m o” Federacão Espírita Portuguesa “No Bem, com Ferramentas de Hoje”

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