Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

quarta-feira, 14 de março de 2012

O Mundo Invisível e a Guerra~


II
Cenas do Espaço.
Visões Reais da Guerra e da Epopeia

|Janeiro de 1915|
…/


   Breve soará, qual jubilosa marcha militar, a hora da vitória. Toda a França está de pé: a do presente e a do passado, a dos vivos e a dos mortos!

   As forças invisíveis e divinas estão em acção porque a luta que se trava é grande e sacrossanta. É a luta da liberdade, do direito e da justiça contra a brutalidade armada e o despotismo cínico e grosseiro. Por isso a França não pode ser derrotada, pois a causa que defende é a da humanidade. A vitória da Alemanha seria o retrocesso da consciência, a apoteose de todos os crimes. Deus não o permitirá!

   Por muitas vezes, no decorrer dos séculos, a França foi campeã das ideias humanitárias, oferecendo seu ouro e seu sangue na defesa dos fracos e libertação dos oprimidos. Eis por que suas mais estrondosas derrotas foram sempre seguidas de um rápido reerguimento.

   Não obstante seus erros e suas faltas, a França é necessária para a ordem do mundo.

   Mais do que qualquer outro país, em todas as esferas, sempre serviu ao ideal, chegando inclusive ao sacrifício, porque seu papel é humanitário.

   Graças à clareza de sua língua e à lucidez de seu espírito, os princípios que defende penetram mais profundamente nas inteligências e nos corações, e todos os povos hauriram nela como numa inesgotável fonte.

   No futuro, sua influência ainda será maior, pois de seu seio surgirão missionários que irradiarão o Espiritismo sobre toda a Terra.

   Poder-se-ia afirmar que a França é mulher, pois que sintetiza a beleza e a verdade, razão porque paira uma alma feminina acima de seus espíritos protectores.

   A ajuda de Joana d’Arc dará um verdadeiro rumo aos factos e restituirá à França a consciência de seu papel e de seu destino grandioso.

   Com o aparecimento da Virgem Lorena, os espíritos que nos protegem sentiram aumentar sua confiança, sua certeza na vitória.

   Inúmeros exércitos foram preparados e chegará o dia em que Joana estará à frente deles e, embora invisível, nossos soldados experimentarão a sensação de sua presença e ela lhes transmitirá a coragem que a envolve.

   Numa decisão viril, desafiando o fogo e a metralha, os soldados franceses marcharão, com conhecimento de causa, contra o inimigo. E o vento que sopra sobre as planícies de Flandres, na floresta dos Vosges, fará flutuar, novamente, nossas bandeiras vitoriosas.

   Os franceses escreverão, com seu próprio sangue, as páginas mais gloriosas de nossa história.
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LÉON DENIS, O Mundo Invisível e a Guerra, II – Cenas do Espaço, Visões Reais da Guerra e da Epopeia, fragmento 3 de 3.
(imagem: Tanque de guerra britânico capturado pelos Alemães, durante a Primeira Guerra Mundial)

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