Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pois quê!

“Pois quê! Será possível que o vosso critério filosófico possa tomar a sério a hipótese ridiculamente metafísica da pré-existência de uma ordem universal, sem que houvesse um pensamento para concebê-la, uma inteligência para compreendê-la, um olhar para contemplá-la e uma alma para amá-la? Pois quê! Será essa Natureza, assim cega, inconsciente, escravizada, sem olhos de ver nem coração de amar, que vai, num silêncio eterno, tecendo a malha divina de tudo o que existe? Temo-la então, a cega Natureza originando sem o querer, nem saber, uma harmonia, até que finalmente, da base ao cimo do cosmos, como filho da cega fatalidade, surja o homem para ouvir a harmonia que não fez, e tomar conhecimento dessa ordem que não procede dele, porque lhe precede!”

FLAMMARION, CAMILLE in “Deus na Natureza” Tomo V – DEUS, (4 de 7)

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