Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Seres Radiantes do espaço ~


Capítulo II

Nas sessões espíritas onde não existe nem o recolhimento, nem união de pensamentos ou união de forças, criam-se correntes diversas e fre-quentemente opostas que formam como uma tempestade de fluidos, na qual as entidades elevadas sentem um real desconforto e até um sofrimento que paralisa a sua ação. Por outro lado, os espíritos inferiores, de vibrações baixas, aí se comprazem e agem tanto mais facilmente, conforme são mais grosseiros, mais próximos da matéria. Mas a sua influência é prejudicial para os médiuns, que eles desgastam e desequilibram com o correr do tempo. Isso não é menos temível para os próprios pesquisadores, como se pode verificar pelas experiências do Dr. Gibier |* e em muitos outros casos, por experimentadores negligentes ou ignorantes das condições e leis que regem o mundo invisível.

Se os resultados obtidos na Inglaterra, nos meios científicos, são mais desenvolvidos do que na França, é porque os sábios que declaram publicamente os fenómenos e as provas de identidade que obtiveram, como Crookes, Myers, Lodge, etc., eram, ou são espiritualistas, enquanto que o ceticismo e o materialismo ainda dominam a maioria dos nossos sábios.

Todos os que, pelo estudo do mundo invisível, nos seus contactos com o Além, procuram as certezas que fortificam e consolam, as grandes verdades que iluminam a vida, traçam o caminho a seguir, fixam o objetivo da evolução; todos os que procuram adquirir as forças espirituais que sustentam na luta e na prova, que nos preservam das tentações de um mundo material e enganador, devem unir os seus pensamentos, orações e vontades, devem fazer jorrar de suas almas essas correntes poderosas e fluídicas que atraem as entidades protetoras e os amigos falecidos. Se souberem perseverar nos seus pedidos, em suas pesquisas, em seus desejos, elas se aproximarão; essas almas, e seus conselhos, ensinos e ajudas se derramarão sobre eles como um orvalho benfeitor. Nessa comunhão crescente com o invisível, gozarão uma vida nova e se sentirão reconfortados, regenerados.

E se, pela sua assiduidade e fé, obtiverem belos fenómenos e notáveis faculdades psíquicas, não se tornem vaidosos, e os aceitem com reconhecimento, humildade e façam-nos servir para o seu aperfeiçoamento moral. Lembrem-se de que a presunção é como uma muralha que se interpõe entre nós e as influências do Alto, assim como disse Bernardin de Saint-Pierre: |** “Para se achar a verdade, é preciso procurá-la com o coração puro”. E ainda acrescentarei essas palavras das Escrituras: “Deus deu para os pequenos e humildes o que negou, às vezes, aos poderosos e aos sábios”.


|* Ver Espiritismo ou Faquirismo Ocidental, pelo Dr. Paul Gibier (há edição FEB). Ver também “Caso Trágico” publicado pela revista Luce e Ombra, número de junho, 1921, reproduzido pela Revista Espírita.
|** Escritor francês (1737-1814), autor de Paulo e Virgínio.
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Léon Denis, O Espiritismo e as Forças Radiantes, Capítulo II, 2 de 3, 5º fragmento da obra.
(imagem: Ascensão de Cristo, pintura de Salvador Dali, 1958)

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