Sendo o instinto
o guia
e as paixões
a energia das almas
no primeiro período
do seu desenvolvimento,
confundem-se
às vezes
nos seus afectos.
Há no entanto
entre estes dois princípios
diferenças que
é essencial considerarmos.
O instinto é um guia seguro,
sempre bom;
numa determinada
altura,
pode tornar-se inútil,
mas nunca prejudicial;
enfraquece com a
predominância
da inteligência.
As paixões, nos primeiros anos da alma, têm isto de comum com o instinto, no que os
seres são para isso solicitados por uma força igualmente inconsciente.
Nascem mais particularmente das necessidades do corpo e estão mais ligadas ao organismo do que o instinto.
O que sobretudo as distingue do instinto é que são individuais e não produzem, como este último, efeitos gerais uniformes; pelo contrário, vemo-las variar de intensidade e de natureza consoante os indivíduos.
São úteis como estimulante até à eclosão do sentido moral que, de um ser passivo, faz um ser racional; nesse momento, não só se tornam inúteis como são prejudiciais á evolução do Espírito, a que retardam a desmaterialização; enfraquecem com o desenvolvimento da razão.
O homem que agisse constantemente por instinto poderia ser muito bom, mas deixaria a sua inteligência adormecer; seria como uma criança que não largasse os suspensórios e não soubesse servir-se dos seus membros. Quem não domina as suas paixões pode ser muito inteligente mas, ao mesmo tempo, muito mau. O instinto anula-se por si; as paixões só se dominam com força de vontade.
ALLAN KARDEC, A GÉNESE – Os Milagres e as Profecias Segundo o Espiritismo – Capítulo III, O BEM E O MAL, O instinto e a inteligência 18 e 19.
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