Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Um ateísmo ontológico

“A doutrina aqui professada pode considerar-se um ateísmo ontológico, o esforço do homem para conhecer o Ente absoluto. É uma forma necessária, imposta pelo teísmo racional. O argumento extraído da Teologia prova um Deus universal, autor de todas as coisas, e o argumento da Ontologia prova a infinidade de Deus. Não podemos admitir um sem outro, quaisquer que sejam as dificuldades para conciliar as respectivas conclusões. Essas dificuldades decorrem da grandeza do assunto e, ainda que não podendo ir além do alcance da nossa vista, não é razão para fechar os olhos ao que se torna evidente. Trocando o vocábulo panteísmo por teísmo, confessamos, com um pastor anglicano , que o “teísmo” é, por toda parte, reconhecido como teologia da razão, razão que poderá ser impotente, mas, em definitiva, é a única que possuímos.
O teísmo é a filosofia da religião, de todas as religiões, é o alvo da verdade. Preciso se nos faz pensar, ou deixar de pensar e raciocinar acerca de todos os problemas da criação. Podem as criaturas deter-se no símbolo; Igrejas e seitas podem lutar e tolher a meio caminho as consciências, apelando para Escrituras ou tentando fixar limites ao pensamento religioso, mas Deus, esse, não os tem fixado.
A razão humana, todavia, incoercível e inevitável no seu progredir, como no seu divino amor à liberdade, quebra todas as cadeias e vence todos os entraves.”

FLAMMARION, CAMILLE in “Deus na Natureza” Tomo V - DEUS, (3/5)

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