Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

As emoções; vela que ilumina, ou, se apaga…

“As emoções constituem capítulo da vida humana, que prossegue merecendo acuradas reflexões, de modo a canalizá-las com a segurança e eficiência indispensáveis aos resultados salutares para os quais se encontram na organização fisiopsíquica de cada criatura.
Reflectindo o estado espiritual em que transitam os homens, invariavelmente manifestam-se em desgoverno, levando a paroxismos e desajustes de demorada regularização.
Dirigindo o comportamento, fazem que se transite de uma para a outra com sofreguidão, em ânsia contínua, que termina por exaurir aquele que se lhes submetem sem o controle necessário.
Estimulando o egoísmo, impõem a satisfação pessoal sob os altos custos da inquietação e da insegurança íntima, em face dos novos desejos de gozos insaciáveis, que terminam por constituir característica predominante da conduta individual.
Essa busca irrefreável do prazer, que se torna dependência viciosa, fomenta gozos que depois, invariavelmente, se convertem em dores.
Entre as mais desgastantes, assume preponderância a ansiedade, que parece imprescindível à vida, qual ocorre com o sal para o paladar de inúmeros alimentos.
Pessoas há que não passam sem os condicionamentos das emoções, vivificando a ansiedade que as consome em flamas de angústia.
Mal terminam de lograr a meta perseguida e já se encontram, sôfregas, em batalhas por novas conquistas, transferindo-se de uma realização para novo desejo, com verdadeira volúpia incontrolada.
As emoções alimentam-se naqueles que as agasalham e se lhes adaptam aos impositivos caprichosos.
Comparemo-las a uma vela cuja finalidade é iluminar. Para o mister, ela gasta combustível, como é fenómeno natural. Preservada para os fins, oferece luz por período largo; no entanto, deixada na direcção do ar canalizado, apressa o próprio consumo, e, acesa nas duas extremidades, mais rapidamente se acaba.”

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA, ESPÍRITO in “Temas da Vida e da Morte” psicografia de DIVALDO PEREIRA FRANCO “PENSAMENTO E EMOÇÕES” (1 de 5)

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