Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 13 de maio de 2023

O Homem e a Sociedade ~


Capítulo VI 

A Realidade Viva do Pensamento Espírita 

a) A Necessidade Ideológica do Estudo da Filosofia 

 É indiscutível que, para o estudo do novo espiritualismo, se torna necessário conhecer os princípios essenciais da filosofia. Mas porque é que é necessário este conhecimento? Porque o kardecismo está estreitamente ligado à filosofia espiritualista, sem a qual não poderíamos compreender exactamente os valores e o alcance da teoria e a prática do espiritismo. (1) 

 Torna-se indispensável o conhecimento filosófico para a refutação com êxito das falsas imputações feitas ao espiritismo, pelas correntes eclesiásticas e materialistas. Mas o que é a teoria filosófica? Segundo o critério geral, é aquela que abrange a própria essência do Conhecimento; sem uma teoria filosófica amplamente desenvolvida na mente e na consciência, será de todo impossível chegar-se a compreender o sentido real da concepção kardecista. 

 E o que é a prática filosófica? É o acto volitivo de converter a teoria em factos, mas factos reais e positivos. Sem a prática filosófica, não haveria uma filosofia objectiva do espiritualismo espírita, nem a acção social e espiritual do kardecismo. 

 Na filosofia, é indispensável conjugar a teoria com a prática. É necessário que o ideal se aposse do real. De contrário, haveria desvinculação entre o espírito e a forma, isto é, entre a essência e a existência. Mas a teoria espírita é exequível? Sim, a teoria espírita é exequível, porque é uma realidade espiritual, cuja finalidade é ordenar e transformar a ordem imperfeita da existência, isto é, da sociedade e de toda a humanidade. A prática do espiritualismo, através do kardecismo, é a melhor demonstração da objectividade que se consegue alcançar, com referência à espiritualidade do homem e da natureza. Desta maneira, fica desmentida a negação assacada contra o idealismo pelo materialismo, porém, sempre e quando o idealismo se apoiar no espiritualismo espírita. É por isso que todo o homem activo deverá conhecer os princípios fundamentais da filosofia, único meio de passar do espiritualismo teórico ao kardecismo prático. (2) 

b) Em Que se Baseia a Filosofia? 

 A filosofia baseia-se no conhecimento da essência que informa as coisas, a individualidade e a personalidade do homem. É um método para reflexionarmos sobre a própria existência e a existência dos demais; para observarmos de que maneira essa existência está vinculada ao semelhante e ao dessemelhante, fundando-se especialmente neste fio essencial que unifica a todo o existente. É por meio desta noção ideológica que a filosofia espiritualista se fortifica, mediante o kardecismo, passando a ser uma filosofia prática da realidade. A teoria filosófica se transforma em acção e prática da existência espiritual, única forma de evidenciar a convicção ideológica que emana da realidade espírita. A filosofia torna-se prática, além disso, ao demonstrar a essência real do Ser encarnado e do seu espírito imortal, o que ainda se reafirma pelos fenómenos da mediunidade. 

c) O método Kardecista Como Fundamento do Espiritualismo Positivo 

 O kardecismo constitui, no novo desenvolvimento do espírito filosófico, o método racional pelo qual se poderá estabelecer, — como já se vem fazendo, — a realidade do espiritualismo espírita e positivo. O antigo espiritualismo está viciado, como se sabe, por crenças e supostos metafísicos que não se conformam com o pensamento científico dos novos tempos. O seu conteúdo é uma mixórdia de ideias sustentadas no passado, que não se apresentam harmónicas nem uniformes. A mentalidade moderna busca uma doutrina baseada na verdade, mas concorde e objectiva em relação ao mundo. O espiritualismo antigo foi apenas um desejo de conhecer o passado, mas nunca poderá aspirar a apresentar-se como uma real filosofia espiritualista, já que a sua parte essencial está recoberta por uma carapaça impenetrável. 

 O espiritualismo positivo nasce, entretanto, com o método kardecista e, se expressa vivamente através de uma filosofia que prepara o espírito, fazendo-o penetrar a fundo nos problemas da existência. Isso se deve ao facto de ser o espiritualismo espírita a consequência natural do fenómeno metapsíquico, cuja realidade fundamentou o conhecimento filosófico da Terceira Revelação. Daí a conclusão de que o verdadeiro espiritualismo deve estar apoiado no método kardecista, pois todo o espiritualismo proveniente de tradições e lendas, mescladas caoticamente, não chegará nunca ao grau de veracidade necessária e, não passará nunca de um pensamento espiritual híbrido e desvitalizado. 

 No antigo espiritualismo predominou sempre, por mais adiantado que se apresentasse, o método eclesiástico e ritualístico, pela sua absoluta adesão ao passado. Ao contrário, o espiritualismo espírita é a resultante de uma evolução mental e espiritual do homem. Por isso é que o método kardecista nos leva do espiritualismo ao espiritismo, revelando-nos que este último é a concepção espiritual mais adequada para penetrarmos no conhecimento do Espírito e, como dizia o filósofo e biólogo alemão Hans Driesch, no mundo dos espíritos. O antigo espiritualismo, por não avançar para a concepção espírita, mantém-se na sua ambiguidade filosófica; admite o insustentável, por medo ao espiritismo; mas tarde ou cedo o realismo metapsíquico o fará aproximar-se da concepção kardecista, para se transformar em espiritualismo positivo. 

d) A Dialéctica Palingenésica do Kardecismo 

 O método kardecista baseia-se na dialéctica palingenésica do progresso e da evolução, enquanto o antigo espiritualismo se funda numa concepção fatalista, no que respeita à lei de causalidade ou de causa e efeito. A dialéctica de Hegel é o grande instrumento com que se pode conhecer o fenómeno palingenésico, a que está sujeito o Ser na sua ascendente evolução. Além disso, é por meio da dialéctica que se poderá transformar a ideia da reencarnação, que nos vem do Oriente, em renascimento ou palingenésia dinâmica, para a civilização do Ocidente. Sem o método dialéctico e kardecista, a reencarnação continuará sendo um exotismo oriental, sem ligação nem entrosamento com o processo histórico. 

 Quem velou sempre, com o seu conceito quietista, a reencarnação, foi esse antigo espiritualismo, inspirado, por assim dizer, na ideologia eclesiástica a que já nos temos referido. O kardecismo, ao contrário, apresenta-se como uma consequência das três etapas que presidem à revelação espiritual: a mosaica, a crística e a mediúnica. Como se sabe, a Terceira Revelação é o produto desse espírito invisível que passou através da história, até se sintetizar no método kardecista, que está a elaborar a nova consciência religiosa da humanidade por meio do espiritualismo espírita e cristão. 

 O professor Asmara, destacado filósofo espanhol, dizia que o espiritismo dialéctico havia nascido no Congresso Espírita de Barcelona; mas os pregadores do espiritismo, posteriores a Denis e Delanne, esqueceram-se desse aspecto original da filosofia espírita, que nada mais era do que a reafirmação do kardecismo. Outro que também realizou uma ampla interpretação dialéctica do espiritismo foi o nosso compatriota Manuel S. Porteiro, com o seu livro Espiritismo Dialéctico(3) no qual se observa como a filosofia espírita determinou a aparição de um espiritualismo positivo, em relação com os fenómenos históricos. 

 Na ideologia dialéctica do kardecismo o processo palingenésico do Ser revela uma evolução incessante, que nos coloca em novos ambientes espirituais, determinando ainda uma nova visão religiosa para a consciência humana. Com efeito, se o processo dialéctico da história se interpretasse na sua exacta realidade, seria preciso aplicar-lhe o sentido palingenésico do espírito, mas recorrendo ao kardecismo, que nos fará ver a intervenção do mundo espiritual no referido processo. 

e) Oposição da Ideologia Dogmática ao Kardecismo 

 A ideologia dogmática coloca-se decididamente contrária ao kardecismo e ao espiritualismo espírita, do que se deduz que essa ideologia está em crise e, que já não resiste ao transformismo espiritual que o método kardecista realiza no social e no espiritual, juntamente com o fenómeno mediúnico, sobre o qual se baseia a realidade espírita. 

 Se o espiritualismo espírita fosse um erro, não haveria motivos para temê-lo nem para sair-lhe ao encontro. Entretanto, a ideologia dogmática sabe bem que o kardecismo é uma realidade positiva e que avança conduzida pelo Espírito de Verdade. Por isso o enfrenta e combate, tratando de preservar os seus domínios espirituais. Mas o espiritismo proclamou esta sentença histórica: São chegados os tempos, e isso é o que está motivando um novo ideal nas consciências, ao calor de um novo espírito religioso. Já não haverá uma só ideologia religiosa; futuramente, o ideal deísta será um imperativo da consciência, visto que o aparecimento desse novo espírito religioso não dependerá da exterioridade do indivíduo, mas do fundo do seu inconsciente. Isto quer dizer que o progresso religioso provirá da zona interna do Ser, estando assim no próprio inconsciente do homem o maior adversário da ideologia dogmática. 

 Oprimir o mundo interno do homem, por meio de ideias já superadas, seria provocar uma rebelião anímica e espiritual, capaz de fazer desmoronar violentamente as antigas formas religiosas. Não se deve esquecer que a opressão do inconsciente significaria, além disso, uma oposição obstinada ao que tem que vir: o novo mundo religioso, que é um mundo do espírito, o que vale dizer que surgirá, apesar dos obstáculos, das profundas raízes do Eu. 

 Do seu mundo inconsciente dependerá o verdadeiro sentimento religioso do homem. Nesta realidade psíquica do Eu é que jazem os germes da nova consciência religiosa, elaborada, como sabemos, pelo processo palingenésico a que ele está sujeito. Isto nos está a indicar que o Ser espiritual não é a consequência do corpo físico: o Eu é a divina essência que avança através das idades, levando consigo todo o saber adquirido. Resulta, assim, num resumo das múltiplas existências vividas pelo espírito. Daí que a Divina Sabedoria surgirá ao desenvolvimento da consciência, sendo o obstáculo principal do dogma o inconsciente do indivíduo, de cujas profundezas surgirá a religião-Sabedoria, que fará vibrar unissonamente com o Universo o corpo psíquico da humanidade. 

 No mistério interno do Eu radica-se a chave das novas ideias religiosas que vão aparecendo. A psicologia do Ser agora se reestuda através de introspecções e explorações íntimas. Nestes novos tempos, o Espírito se está a libertar das influências dogmáticas, para se sentir na plenitude de si mesmo. É por essa evolução que o Eu se vai afirmando como independente e individual, livrando-se de falsos instrutores para entrar nas profundas regiões da sua natureza imortal e conseguir, por ele mesmo, a luz e a sabedoria de que tanto necessita. (4) 

f) O Que é a Filosofia Espiritualista? 

 A filosofia espiritualista do kardecismo é a prova fenomenológica da realidade espiritual do espiritismo. Não nos esqueçamos de que o espiritismo é o clímax da filosofia espiritualista e, que se apoia positivamente no método kardecista. Sem o espiritismo, o espiritualismo resulta numa utopia filosófica; mas, com o espiritismo, os seus princípios se nutrem da realidade espiritual. De maneira que todo o espiritualismo filosófico, que aspire objectivar a sua ideologia, deverá apoiar-se no espiritismo e no seu método kardecista. 

 A verdadeira filosofia espiritualista é uma consequência iniludível do fenómeno espírita e metapsíquico, constituindo uma interpretação normal e supranormal do homem e do Universo, se é que não abandonamos a lógica irrefutável do kardecismo. 

g) As Relações Entre o Espiritualismo e o Kardecismo 

 A realidade do espiritualismo deverá basear-se na objectividade filosófica; sem esta objectividade o espiritualismo será uma metafísica irreal, com vida temporária. Se é certo que se relaciona subjectivamente com o homem, sem objectividade não penetrará no âmbito real do Ser e por essa razão terá de assimilar o kardecismo, um dos melhores métodos para reconhecer a realidade existente nas diversas utopias espirituais. Repetimos que o espiritualismo só se afirmará quando se transformar em espiritismo e se afastar das nebulosidades metafísicas. A filosofia do kardecismo é um método lógico para captar a realidade espiritual do mundo. Disto se deduz que o Espírito imortal está a demonstrar pelos mesmos espíritos comunicantes, que têm expressado o seguinte entimema: Existo: logo, o nada não existe. (5) Por conseguinte, qualquer espiritualismo dogmático, que não esteja demonstrado por esse realismo mediúnico-comunicante, está viciado nas suas bases e se encontra frente à possibilidade de ser anulado pelas ciências materialistas. Pelo contrário, no espiritualismo espírita existe uma certeza racional, um idealismo lógico e objectivo, cujo testemunho favorável se encontra na comunicação espírita. Por isso, o método kardecista é o resultado de uma experiência metapsíquica do fenómeno mediúnico. 

 O espiritualismo espírita, condicionado pelo kardecismo, é a resultante de uma verdade substancial emanada do próprio processo evolutivo da inteligência. Esta é a razão das suas sólidas bases ideológicas e, porque resiste filosoficamente às contradições da existência. 

h) A Transformação do Fenómeno Mediúnico em Comunicação Espírita 

 A tríade dialéctica constitui o método sobre o qual se baseia a filosofia palingenésica do kardecismo. O fenómeno mediúnico veio confirmar o antigo conceito de Heráclito: “Tudo passa e se transforma”, pois, a matéria, ao ser movida pelo referido fenómeno, revelou o estado vibratório do mundo atómico e a possibilidade da sua fusão nuclear. (6) 

 Esse primeiro efeito do fenómeno mediúnico resultou realmente extraordinário, visto haver determinado a transformação do espiritualismo em espiritismo. Esta transformação dialéctica determinou, por sua vez, uma evolução do sentido espiritual da filosofia. O espiritualismo dogmático possuía apenas um vago sentido do Espírito. Com o fenómeno mediúnico e a acção dos espíritos comunicantes, transformou-se em espiritismo, isto é, produziu o enlace e a relação entre o visível e o invisível. Com o kardecismo, essência pura da filosofia espírita, se revelou a influência do mundo dos espíritos sobre a história e a natureza. 

 O fenómeno mediúnico foi considerado, desde o início, como perigoso pelo espiritualismo dogmático. Não obstante essa apreciação, ao lado do mesmo se fez presente um númeno espiritual que, com a dialéctica kardecista, expressando: Todo o efeito inteligente possui uma causa inteligente, trocou o seu primeiro sentido de fenómeno pelo de comunicação. Foi desta maneira que se teve consciência da mensagem dos espíritos, os quais fundaram o método kardecista do espiritualismo. 

 Com o fim de refutar os erros e contradições do materialismo, o fenómeno mediúnico continua sendo uma necessidade. Mas, nos tempos actuais, é justamente avaliado como uma evolução para a revelação e comunicação dos espíritos superiores. Esta etapa alcançada pela mediunidade corresponde a um grau superior da consciência religiosa e filosófica da humanidade. Por isso é que o espiritualismo espírita é como uma síntese de todo o antigo espiritualismo, depurado e renovado pelo kardecismo. 

 A única esperança do espiritualismo dogmático, de vencer o espiritismo, consistia em mostrá-lo como uma causa do demónio, à base da irrealidade da comunicação dos espíritos. Mas o caso é que esta comunicação ou revelação se acentuou cada vez mais, ao ponto de se tornar impossível contê-la e proscrevê-la. A sua constante e crescente actualização está a mostrar, aos antigos espiritualistas, que o espiritismo não é uma invocação dos mortos pelos homens, como eles o afirmavam até há pouco tempo, mas um chamamento espiritual dos mortos ao homem, para que este se faça consciente da realidade do além-túmulo e da ligação constante que existiu, existe e existirá sempre, entre o visível e o invisível. 

i) Do Espiritualismo Inconsciente ao Espiritualismo Consciente 

 O espiritualismo inconsciente, adequada definição do espiritualismo dogmático, foi superado pelo kardecismo, isto é, pela forma consciente do novo espiritualismo expresso na filosofia espírita. Gustave Geley confirmou cientificamente o kardecismo, este notável método que permitiu a transformação do espiritualismo em espiritismo. A partir desse momento, a consciência espiritual do homem se fez consciente de sua ideologia espiritualista, que se afastou inteiramente das velhas crenças religiosas. Assim se une o Ser com a grandeza do Universo, sentindo-se actor consciente no grande processo da evolução e, reconhecendo que Deus está presente e actua no próprio seio do Cosmos. 

 Pelo espiritualismo consciente, o seu ideal filosófico se ajusta com a amplitude do Universo: o homem encara a Terra como uma estação de paragem, mas sabendo que no espaço existem outras, onde ainda voltará a deter-se, para recolher novos ensinamentos que auxiliem o desenvolvimento da sua natureza divina e, assim prosseguir na sua carreira infinita. 

 Podemos dizer que o espiritualismo consciente é uma consequência do método kardecista, que une o Espírito com a vida Universal e o maravilhoso Plano Divino, sob cuja influência se desenvolve a evolução palingenésica dos seres e das formas. 

/… 
(1) Veja-se o n°1, “Espiritismo e Espiritualismo”, na “Introdução da Doutrina espírita”, em O Livro dos Espíritos. (Nota de J. H. Pires). 
(2) Embora Kardec recusasse a expressão kardecismo, por humildade, Mariotti a emprega, como vemos nesta frase, num sentido de objectivação da teoria espírita. Realmente, a teoria se objectivou através da acção prática de Allan Kardec. (Nota de José Herculano Pires). 
(3) Espiritismo Dialéctico, de Manuel S. Porteiro, Editorial Victor Hugo, Buenos, Aires, 1960, aparecerá também na Colecção Filosófica Edicel. Porteiro e Mariotti participaram do Congresso de Barcelona, em 1934. (Nota de J. H. Pires). Esse livro, traduzido por José Rodrigues, foi lançado pelo Pense em edição digital, em 2001 e pelo CE João Barroso, em formato de livro. (Nota do Pense).
(4) Leia-se o Cap. I de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Com os novos tempos, surge a religião em espírito e verdade, livre de exigências materiais e de sectarismo, como Jesus anunciou à mulher samaritana. João, 4:5-24. (Nota de J.H. Pires). 
(5) Allan KardecA Génese, cap. I. 
(6) Vejam-se as pesquisas de Friedrich Zollner, em Provas Científicas da Sobrevivência, Colecção Científica Edicel, 1966. (Nota de J.H. Pires). 


Humberto MariottiO Homem e a Sociedade numa Nova Civilização, Do Materialismo Histórico a uma Dialéctica do Espírito, 1ª PARTE O NÚMENO ESPIRITUAL NOS FENÓMENOS SOCIAIS, Capítulo VI – A REALIDADE VIVA DO PENSAMENTO ESPÍRITA, 11º fragmento desta obra. 
(imagem de contextualização: Alrededores de la ciudad paranóico-crítica: tarde al borde de la historia europea | 1936, Salvador Dali

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