Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Seres Radiantes do espaço ~


Capítulo III (II)

Às vezes, pergunta-se: o que distingue os raios X das ondas hertzianas? Ambos são ondulações vibratórias do éter, no primeiro caso, mais curtas e, no segundo, mais longas. Os físicos calculam que os comprimentos de onda dos raios X variam entre um milionésimo e cem milionésimos do milímetro, e a sua frequência escapa à imaginação. Esses cálculos dão uma ideia da potência da radiação das ondas luminosas que atravessam o Espaço na velocidade de trezentos mil quilómetros por segundo; a ideia dessa grande onda de forças que inundam, sem cessar, através do Espaço. E vemos, assim, que o infinitamente pequeno é tão maravilhoso na sua estrutura e nos seus efeitos, quanto o infinitamente grande, e que um como o outro se completam, se interpenetram e se identificam.

O estudo das forças radiantes nos demonstra, também, que as teorias eléctricas estão em harmonia com a lei geral da gravidade em suas duas formas, positiva e negativa, isto é, atracção e repulsão; a electricidade é somente uma das manifestações da energia universal.

Trata-se de um fenómeno inter-atómico ou inter-molecular e seu duplo aspecto resulta da condutividade ou da não condutividade dos átomos que a compõem. Conforme os espaços inter-moleculares são maiores ou mais fechados, esses elementos são condutores ou não condutores do fluido eléctrico e, de acordo com as facilidades ou a resistência que são apresentadas o fluido será positivo ou negativo.

Todas as perturbações eléctricas provêm da falta de equilíbrio dos elementos que constituem o fluido. |* Tudo se explica, então, pela diferença de densidade e de potência. As correntes etéricas determinam as correntes eléctricas, e estas provocam as correntes atómicas. Independente da pressão, os fluidos superiores agem sobre os fluidos inferiores.

Desde então, poder-se-á compreender como uma influência, exercida de modo invisível no meio etérico, pode causar os movimentos visíveis de átomos |** e, em consequência, fenómenos que parecem inexplicáveis aos não iniciados.

Nas páginas precedentes, analisamos os dados da Ciência actual sobre as forças radiantes, mas esses dados são ainda bem limitados ante o vasto problema que se relaciona, em última análise, à própria causa do Universo. Ante a nossa incompetência para tratar com grandeza desse assunto, nós nos valemos da colaboração dos invisíveis, cujos ensinamentos resumiremos:

Eles nos dizem que a matéria é apenas o agente de que o espírito se serve para realizar seus objectivos. Através de uma série de fenómenos, essa matéria pode se purificar e chegar a um estado que permite confundi-la com o princípio primordial da vida. Poder-se-ia crer que a matéria se torne espírito, porque ela é inanimada, mas nunca possui, por si mesma, um princípio próprio de vida.

A matéria vive por reflexo, segue a evolução da vida e lhe serve de suporte. A centelha que saiu do foco divino evolui na matéria, percorrendo o Espaço e volta ao seu ponto de partida, mais pura e mais luminosa.

A matéria rarefeita se transforma em fluido, em força radiante. Todo o corpo é envolvido dessa matéria fluídica; é a sua roupagem imperecível que se desprende por ocasião da morte e fica sendo o envoltório do espírito no Espaço. A matéria, vocês o sabem, é apenas uma condensação de fluidos.

Nos mundos mais adiantados do que a Terra, os espíritos mais evoluídos vivem exclusivamente dessa matéria fluídica e dela se servem para se comunicar até a grandes distâncias. Desde algum tempo, foram feitas tentativas para eles se comunicarem com a Terra.

As mensagens incompreensíveis que receberam não vinham de Marte, mas de um mundo mais elevado. Os autores dessas mensagens se lembravam de terem vivido no planeta de vocês, e entre eles estavam os seus guias espirituais que desejavam estabelecer uma comunicação e, através desse meio, enviar-lhes radiações benéficas que teriam favorecido sua evolução. Assim, se esperava influenciar a sua atmosfera, impressionar os seus cérebros e fazer funcionar os aparelhos, até então, mudos. Há outros núcleos planetários que agem também sobre vocês. As ondas chegam até vós de lados diferentes. Dessa reunião de esforços aparece um primeiro resultado: a Ciência humana se orienta para o estudo das ondas. Logo descobrirão um aparelho para registá-las, conseguirão captá-las, isolá-las e utilizar a sua força. Essas ondas terão comprimentos e velocidades superiores aos que vocês possuem. A sua electricidade é apenas um processo de isolamento, uma derivação da força universal. As ondas dos mundos a que me refiro chegarão a vós sob a forma de vibrações de uma sonoridade especial, ainda desconhecida.

Os próprios sábios incrédulos perceberão e compreenderão que essas ondas são de uma classe nova; elas serão calculáveis e veremos que os seus comprimentos são mais extensos do que os conhecidos na sua esfera.

Emissões são projectadas, sem cessar, em sua direcção; sem esse auxílio, vocês não teriam inventado a telegrafia sem fio. Esta, por enquanto, somente emite ondas de nível terrestre e que dependem de um sistema de correntes que envolvem o seu planeta. As outras ondas, que provêm de focos mais distantes, vêm chocar-se, verticalmente, com as ondas terrestres e devem atravessar as correntes paralelas que lhes fazem obstáculo. Tudo, no Espaço, se resume a ondas e em vibrações. Às vezes, nós mesmos sentimos dificuldades em nos aproximar de vós, porque somos molestados por radiações grosseiras que são originadas das paixões humanas.
/…

|* Segundo Max Frank: A lei de Newton é a lei única.
|** E, por extensão, o movimento Browniano, descoberto pelo botânico escocês R. Brown (1773-1858).



Léon Denis, O Espiritismo e as Forças Radiantes, Capítulo III, 2 de 4, 8º fragmento da obra.
(imagem: Anos e Anos de Viagem Sideral, pintura em acrílico de Costa Brites)

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