Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Claire

“- Que devemos entender por trevas em que se encontram mergulhadas certas almas sofredoras? Serão as trevas tantas vezes referidas na Escritura?
«Eis-me aqui. Também eu posso responder à pergunta relativa às trevas, pois vaguei e sofri durante muito tempo nesses limbos onde tudo é soluços e misérias. Sim, existem as trevas visíveis de que fala a Escritura e os desgraçados que, tendo terminado as suas provações terrenas, deixaram a vida, ignorantes e culpados, são mergulhados numa região fria, inconscientes de si próprios e do seu destino. Acreditam na eternidade da sua situação, ainda balbuciam as palavras da vida que os seduziu, admirando-se e espantando-se da sua profunda solidão; são trevas, pois, esses lugares povoados e ao mesmo tempo desertos, espaços em que erram Espíritos obscuros lastimosos, sem consolo, sem afeições, sem socorro de espécie alguma. A quem se dirigir?... Sentem ali a eternidade esmagadora sobre eles. Tremem e lamentam os interesses mesquinhos que lhes mediam as horas; deploram a ausência das noites que, muitas vezes, lhes traziam, num sonho feliz, o esquecimento dos pesares. As trevas para o Espírito são: a ignorância, o vazio, o horror pelo desconhecido… Não posso continuar…»
Claire”

ALLAN KARDEC, O Céu e o Inferno, Parte II Exemplos, Capítulo IV - Espíritos sofredores, Estudo sobre as comunicações de Claire

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