Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 18 de janeiro de 2014

Seres Radiantes do espaço ~


Capítulo III (IV)

Para concluir, afirmamos que é por desconhecerem o papel das forças radiantes nos fenómenos e o modo de dirigi-las que os pesquisadores oficiais registaram tamanho insucesso. Nas pesquisas psíquicas, a homogeneidade do ambiente, a harmonia dos fluidos e dos pensamentos são factores indispensáveis para o seu sucesso. Quanto mais forem empregados os procedimentos materialistas usados pela Ciência, menos a assistência do Alto será favorecida. Nos ambientes em que as entidades superiores querem intervir, se encontrarem influências contrárias, para elas, torna-se impossível agir ou mesmo transmitir os seus pensamentos; as divergências de pontos de vista formam uma barreira e os fluidos delas não podem mais penetrar o médium e, através deste, atingir o espírito e o coração dos assistentes.

É somente na homogeneidade perfeita, na fusão de fluidos e sentimentos que o espírito, ao ler os nossos pensamentos, pode responder com exactidão às perguntas íntimas e resolver os problemas mais delicados da vida e da morte.

Os nossos sábios oficiais pouco se preocupam em preencher essas condições e, por isso, ocorrem os repetidos fracassos. Eles não tratam os médiuns com a imparcialidade necessária. Esperamos encontrar médiuns muito eficientes, bem-dotados para apresentar aos sábios provas incontestáveis da sobrevivência, mas para que um médium transmita fielmente o pensamento ou reproduza a forma de um desencarnado, é preciso ter um grau adequado de sensibilidade. Ora, se tomarmos um médium muito sensível e o colocarmos num meio onde os fluidos produzidos pelos assistentes não sejam da mesma natureza e com velocidade de vibração diferente, daí resultará, então, que a sua sensibilidade será enfraquecida e, até mesmo, anulada. O seu estado mental será influenciado por alguém do ambiente e, vendo que a experiência falha, ele procurará, talvez, por meios fraudulentos, dar a impressão dos fenómenos esperados.

Citemos um exemplo: Os espíritas de Paris ainda se lembram de um médium exótico que, em 1909, após ter obtido aparições autênticas, fenómenos de real valor, abusou das suas faculdades e se abandonou à prática de repetidas fraudes, em locais heterogéneos e na presença de várias testemunhas. Foi preciso denunciá-lo publicamente, e até mesmo, incriminá-lo moralmente, denuncia publicada na Revue Spirite, (Revue Spirite, 1909, pp. 79, 217 e 222 e Annales des Sciences Psychiches de 1909) para impedir a série de fraudes e deter o seu exercício. Sem esta medida, esses nossos adversários que se comprazem em investigações falsas, em vez de procurarem, longe, temas de escândalo, não teriam deixado de explorar a lembrança dessas cenas que, mesmo em Paris, tiveram tantos espectadores e testemunhos ainda vivos.

Resumindo, os espíritas podem, com razão, pretender, não somente, ter possuído, bem antes dos sábios oficiais, o conhecimento do mundo dos fluidos e das forças radiantes – e isso é uma objecção capital para todos os que acusam o Espiritismo de nada ter fornecido à Ciência – mas também saber tomar, quando as circunstâncias o exigem, as resoluções necessárias para proteger a dignidade da sua causa.

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Léon Denis, O Espiritismo e as Forças Radiantes, Capítulo III 4 de 4, 10º fragmento da obra.
(imagem de ilustração: Anos e Anos de Viagem Sideral, pintura em acrílico de Costa Brites)

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