Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Seres Radiantes do espaço ~


Capítulo III (III)

Vamos examinar, agora, a questão das forças radiantes sob o ponto de vista da experiência espírita e da intervenção dos espíritos; resumimos, aqui, as instruções dos guias:

Os experimentadores chamados psiquistas nem sempre são imparciais no seu controle e atraem para si forças nocivas. Ainda não chegou para eles o momento de novas revelações; ele virá quando estes se aperceberem das novas ondas que trazem uma corrente de ideias mais elevada. Receber-se-ão as orientações sobre o modo de captar as ondas desconhecidas através dos médiuns.

É preciso que os espíritos sérios e convictos, contando com médiuns sensíveis, trabalhem para que estes constatem a existência das ondas desconhecidas e, assim, poderem dar a fórmula aos seus cientistas.

Não basta que os médiuns recebam essas ondas, como acontece nas manifestações, é preciso que eles percebam a forma e forneçam os meios de vulgarizá-las.

Até agora os espíritas não estão suficientemente orientados nesse sentido. Esforcem-se para dirigir a visão psíquica na direcção desses feixes radiantes, para que a Ciência aprenda a conhecê-los e a utilizá-los.

Os fenómenos meramente visuais não são suficientes. Seria melhor descobrir a causa, antes de constatar o efeito. As materializações poderiam dar elementos sobre isso, sob certas condições. Seria preciso determinar as leis que dirigem o andamento e a aplicação das forças radiantes.

Há cinquenta anos, os espíritos procuram levar os sábios em direcção àqueles em quem encontram disposições favoráveis para reconhecer, directamente, e analisar as correntes do Espaço. Mas esses sábios somente captaram uma ínfima parte dos elementos que compõem as radiações e nos servem para transmitir o nosso pensamento.

Excepcionalmente, Pierre Curie |* quase chegou a descobrir o princípio das forças universais e o seu génio ultrapassaria os limites fixados, mas nesse caminho, convém ir por etapas sucessivas e graduadas. A vossa evolução não é suficiente para, de um único salto, atingir o objectivo. Se, a partir de agora, a Ciência descobrisse o fio condutor que religa todos os seres e todos os mundos, resultaria numa grande perturbação para o espírito humano. O poder adquirido seria, sobretudo, usado para o mal. O orgulho e o espírito de revolta se utilizariam desse mal para subverter ou destruir uma obra de séculos.

Necessário seria, então, que o Sr. Curie desaparecesse do campo terrestre, |** mas, no Além, Deus permite que ele prossiga os seus trabalhos e que inspire os seus antigos colaboradores.

O materialismo retirou à Ciência o carácter de grandeza e de elevação moral que a tornaria digna de receber a revelação suprema, de recolher o depósito sagrado. O espírito materialista, ensoberbecido de uma tal conquista, se ergueria contra Deus. Mas no dia em que, impregnado de um espírito novo, o sábio tiver assimilado essas radiações superiores que sintetizam toda a vida universal, ele reverenciará a obra Divina.

Então, o Espiritismo, unido à Ciência, transformará a Terra num mundo evoluído. Enquanto esperam, os espíritas, em vez de se interessarem por esses fenómenos exteriores e materiais que absorvem actualmente a atenção dos cientistas, devem orientar os seus trabalhos, com a ajuda de médiuns bem-educados, para a visão das correntes fluídicas que lhes revelarão a existência dessas ondas radiantes de que a electricidade é apenas uma partícula elementar. |***

Não será nas grandes cidades que se vão encontrar médiuns semelhantes, porque os feixes fluídicos se chocam com as emanações mórbidas, fazendo diminuir a condutividadeSão necessários médiuns de natureza simples e pura, eu diria, quase ingénuos, em ambientes pacíficos e acolhedores, onde a comunhão se possa estabelecer mais facilmente com as entidades protectoras e os génios do Além.

Com o auxílio de médiuns dessa classe, os espíritos guias chegariam até a produzir ondas condensáveis em gotas de água nas próprias mãos do sensitivo. As pessoas presentes poderiam constatar-lhe a existência, seja pelo contacto nos dedos do médium, ou ainda por meio de chapas fotográficas que fixam as correntes fluídicas produtoras desses efeitos.

/…

|* Físico e químico francês (1859-1906), descobriu, com a esposa Marie, o rádio, elemento químico.
|** Morreu aos 46 anos, por atropelamento, em Paris. Participou em sessões espíritas!
|*** O electrão.



Léon Denis, O Espiritismo e as Forças Radiantes, Capítulo III, 3 de 4, 9º fragmento da obra.
(imagem de ilustração: Anos e Anos de Viagem Sideral, pintura em acrílico de Costa Brites)

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