Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

domingo, 12 de junho de 2022

~ em torno do mestre


A natureza humana ~
 

  Um erro psicológico de funestas consequências domina a ortodoxia oficial. Pretendem que o homem seja visceralmente mau, intrinsecamente perverso e, por natureza, corrupto. 

  Semelhante conceito é adoptado, salvo raras excepções, por sociólogos, juristas, escritores, filósofos, cientistas e, o que é mais de admirar, pela clerezia de vários credos religiosos. Que os materialistas façam tal conceito do homem, compreende-se; mas que sejam acompanhados pelos crentes e até pelas autoridades das religiões deístas é inominável, inconcebível quase. 

  Como é que é possível que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, seja visceralmente mau? Como é que se compreende que o Supremo Arquitecto haja produzido obras intrinsecamente imperfeitas e defeituosas? Semelhante despautério precisa ser combatido. Lavremos, em nome da fé que professamos, veemente protesto contra tremenda heresia. 

  O homem é obra inacabada. Entre a obra inacabada e a obra defeituosa vai um abismo de distância. Os Espíritos trazem consigo os germens latentes do bem e do belo. A centelha divina, embora oculta, como o diamante no carvão, refulge em todos eles. O mal que no homem se verifica é extrínseco e não intrínseco. No seu íntimo cintila o divinal revérbero (i) da face do Criador. Os defeitos, senãos e falhas são fruto da ignorância, da fraqueza e do desequilíbrio de que a Humanidade ainda se ressente. Removidas tais causas, decantada, a corrupção humana desaparecerá. 

  Deus não cria Espíritos como os escultores modelam estátuas. As obras de Deus são vivas, trazem em si mesmas as possibilidades de auto-desenvolvimento. A vida implica movimento e crescimento. "Em cada átomo do Universo está inscrita a legenda: para a frente e para o alto." Os atributos de Deus estão, dadas as devidas condições de relatividade, palpitando em cada criatura. Apelando-se para as faculdades profundas do Espírito, logra-se o despertar da célica natureza que nele dorme, atestando a origem de onde proveio. 

  O problema do mal resolve-se pela educação, compreendendo-se por educação o apelo dirigido às potencialidades do espírito. Educar é salvar. Através do trabalho ingente da educação, consegue-se transformar as trevas em luz, o vício em virtude, a loucura em bom senso, a fraqueza em vigor. Tal é no que consiste a conversão do pecador. 

  Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acreditava piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana nas suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psique humana. 

  A sua actuação foi sempre nesse sentido. Jamais o encontramos abatendo o ânimo ou aviltando o carácter do pecador, fosse esse pecador um ladrão confesso, fosse uma adúltera apupada pela turbamulta. "Os sãos não precisam de médicos, mas, sim, os doentes"; tal o critério que adoptava. Invariavelmente agia sobre algo de puro e de incorruptível que existe no Espírito do homem. 

  Firmado em semelhante convicção, sentenciava com autoridade: "Sede perfeitos, como o vosso Pai celestial é perfeito." Esta sentença só podia ser proferida por quem não alimentava dúvidas sobre os destinos humanos. Interpelado sobre a vinda do reino de Deus, replica o Mestre: "O reino de Deus não virá sob manifestações exteriores; porque o reino de Deus está dentro de vós." O apóstolo das gentes, inspirado em idêntico conceito a respeito do homem, proclama igualmente: "O templo de Deus, que sois vós, é santo. Ignorais, por acaso, que sois o santuários de Deus e, que o Espírito divino habita em vós?" 

  O mal é uma contingência. Na realidade significa apenas ausência do bem, como as trevas representam somente ausência de luz. O mal e a ignorância são transes ou crises que o Espírito conjurará fatalmente, mediante o despertar de suas forças latentes. A prova cabal e insofismável de que a natureza íntima do homem é divina e, por conseguinte, incompatível com o mal, está na faculdade da consciência. O que é a consciência, na acepção moral, senão o "divino" cuja acção se faz sentir condenando o mal e aplaudindo o bem? Por que razão o homem nunca consegue iludir ou corromper a sua própria consciência? Ele pode, no uso do relativo livre-arbítrio que frui, desobedecer-lhe, agir em contrário aos seus ditames, porém jamais abafará os seus protestos, nunca conseguirá fazê-la conivente de iniquidades e crimes. A consciência é o juiz íntegro cuja toga não se macula e, cuja sentença ouviremos sempre, quer queiramos, quer não, censurando a nossa conduta irregular. Esse juiz, essa voz débil, mas insopitável, é a centelha divina que refulge através da escuridão de nossa animalidade, é o diamante que cintila a despeito da negritude espessa do rude invólucro que o circunda. 

  O maior bem que se pode fazer ao homem é educá-lo. Os educadores, cientes e conscientes do seu papel, são os verdadeiros benfeitores da Humanidade. Cooperar pela ressurreição do Espírito proporcionar-lhe o sumo bem; nada mais valioso se lhe pode fazer. Tal a missão do Cristo de Deus neste mundo. Por esse ideal ele se deu em holocausto no patíbulo da cruz. 

  A Humanidade precisava de um modelo, de uma obra acabada que reflectisse na sua plenitude a majestade divina. Esse arquétipo nos foi dado ao Filho de Deus. Os modelos devem ser imitados. Para isso se destinam. Assim compreendia Paulo de Tarso, consoante se infere desta sua asserção: "...tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos (crentes) até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude do Cristo". (Efésio, 4:12 a 13.) 

  A larga parábola que temos a percorrer em demanda do Modelo é obra de educação, educação que se transforma em auto-educação. 

  Kant, o filósofo, assim compreende a educação: "Desenvolver no indivíduo toda a perfeição de que ele é susceptível: tal o fim da educação." 

  Pestalozzi, o pedagogo de renome, diz: "Educar é desenvolver progressivamente as faculdades espirituais do homem." 

  John Locke, grande preceptor, se expressa desta maneira sobre o assunto: "Educar é fazer Espíritos rectos, dispostos a não praticarem a todo o momento coisa alguma que não seja conforme à dignidade e à excelência de uma criatura sensata."  

  Lessing, autoridade não menos ilustre, compara a obra da educação à obra da revelação e, diz: "A educação determina e acelera o progresso e o aperfeiçoamento do homem." 

  Fröbel, o criador do "Kindergarten" (Jardim da Infância), afirmava que em toda a criança existe a possibilidade de um grande homem. 

  Denis, o incomparável apóstolo do Espiritismo, proferiu esta frase lapidar: "A educação do Espírito o senso da vida." 

  Diante do que aí fica, será preciso acrescentar que o objectivo da religião é educar o Espírito? "Se o sal se tornar insípido, para que servirá? 

  Como Jesus, os educadores, dignos de tal nome, crêem firmemente na reabilitação dos maus. Os novos apóstolos do Cristianismo não virão dos seminários, mas do magistério bem compreendido e melhor sentido. 

  Perniciosas e desastrosas têm sido as consequências decorrentes do falso conceito generalizado sobre o carácter humano. Tal vesânia gerou o pessimismo que domina a sociedade. 

  O vírus que tudo polui e conspurca, é, a seu turno, outro efeito oriundo da mesma causa. Que pretendem os industriais da cinematografia exibindo películas dissolventes e até indecorosas? E os literatos e romancistas abarrotando as livrarias de obras frívolas, enervantes e imorais? E os empresários teatrais com as suas comédias corriqueiras, impudicas, eivadas de obscenidades? E os compositores e os músicos com os seus "jazes", "foxtrots" e maxixes? E os costureiros e promotores de moda com a sua indumentária que peca pela falta de decência e decoro? Todos eles, convencidos de que a natureza humana é essencialmente corrupta, estão actuando através da corrupção. Visando lucros, imaginam que o meio mais seguro de êxito seja aquele. No entanto, se o cinema se transformasse, de escola do vício em escola de virtude, deixaria de existir por isso? Respondemos pela negativa, sem titubear. Teria melhor e maior concorrência, como há leitores para os bons livros, como há apreciadores da arte pura. 

  A ideia falsa de que o êxito na cinematografia, nas artes, na indústria e no comércio só se alcança acoroçoando a maldade e a ignorância humanas, é um estrabismo herético e execrável. A Teologia tem sustentado esse erro pernicioso, através dos séculos, na palavra dos seus corifeus, prejudicando seriamente a evolução da Humanidade. A Pedagogia, no seu glorioso advento, vai destroná-la desembaraçando a mente humana dessa pedra de tropeço. 

  A verdade está com a Pedagogia. Com a Teologia, o caos, a confusão, as trevas. Com a Pedagogia está o optimismo sadio, alegre e forte. 


Lázaro e o rico ~ 
(Vide Lucas, 16:19 a 31.) 

  Consoante se infere do assunto a que se encontra subordinada a parábola evangélica cujo título nos serve de epígrafe, parece que melhor lhe assentaria a denominação seguinte: O Pobre e o Rico. 

  Porque teria Jesus dado um nome ao pobre, deixando de o fazer ao rico? Qual será a razão desta razão? 

  Segundo supomos, o caso passou-se assim. O Mestre achou por bom alvitre formular uma parábola sobre as duas categorias de provações, a riqueza e a pobreza. Voltou, então, os seus olhos para a sociedade dos pobres e, encontrou ali um homem paciente e resignado, humilde e cheio de fé, que suportava galhardamente a dura prova que lhe fora destinada. Esse homem chamava-se Lázaro

  Disse, pois, o Senhor: Eis aqui uma das personagens para a parábola. Perscrutando, em seguida, o arraial dos ricos, verificou que eram todos, ou quase todos, igualmente egoístas e duros de coração. Diante disso concluiu o Mestre. Denominarei com o nome genérico esta outra figura do apólogo que idealizei — o rico — visto como é tão difícil encontrar excepções nesta classe como é difícil passar um camelo pelo buraco da agulha. 

  Ficou, por esse motivo, assim denominada a parábola: Lázaro e o rico. 

  O rico vestia-se de púrpura e linho finíssimo. Vivia banqueteando-se esplendidamente, Lázaro, enfermo e paupérrimo, mendigava o pão de cada dia. Recostado nos portais do rico, esperava, em vão, que se lembrassem de lhe mitigar a fome. O rico, na embriaguez dos prazeres, não o via. Tinha a mente enevoada pelos vapores das libações alcoólicas e, o coração impassível, mergulhado no paul do sensualismo. Tão mesquinho era o seu estado de alma, que os próprios irracionais lhe levavam a palma em matéria de sentimentos. É assim que os cães, condoídos de Lázaro, vinham acariciá-lo, lambendo-lhe as feridas. 

  Eis que certo dia a morte bate à porta de ambos: morre Lázaro e morre também o rico. A morte, rigorosamente imparcial como é, não distingue os ricos dos pobres, nem tão pouco aqueles que gozam daqueles que sofrem. 

  No entanto, a morte nada destrói: transforma apenas. Lázaro e o rico passaram para o plano espiritual. Ali, Lázaro é feliz, fruindo, no seio de Abraão a doce paz de uma consciência tranquila e a alegria do combatente que viveu a campanha e entra na posse dos louros da vitória. 

  E o rico, tendo falhado na prova por que viera de passar, sente-se confuso e humilhado com a derrota. Esmagado de remorsos, lembra-se do seu passado pecaminoso e; Lázaro — aquele que virtualmente fora sua vítima — aparece-lhe sereno e venturoso. Cena curiosa, então, se desenrola: já não é Lázaro que mendiga do rico; é o rico que mendiga de Lázaro, dizendo: Pai Abraão, manda Lázaro aplacar as minhas aflições; que ele venha suavizar, de algum modo, o fogo deste remorso que me consome. E a voz da Justiça replica pela boca de Abraão: Meu amigo, as condições de Lázaro e as tuas são opostas. Cada um colhe aquilo que semeia. Tu és um vencido, Lázaro é um vencedor. Como pretendes agora anular, num dado momento, os efeitos de uma causa que está contigo, que foi criada por ti no decorrer de toda uma existência? Entre o estado dos que triunfam e o dos que sucumbem medeia um abismo, que não pode ser transposto como imaginas. A Natureza não dá saltos; este axioma é verdadeiro tanto no plano físico quanto no espiritual. Tens que esgotar o cálice, tens que pagar até ao último ceitil. As responsabilidades contraídas, na vida terrena, acompanham o Espírito onde quer que ele se encontre. Nada pode suspender o curso dessa lei. 

  Oh! pai Abraão, retruca o rico, cujos sentimentos começam a despertar, graças ao aguilhão da dor: Manda alguém avisar os meus cinco irmãos acerca destas coisas, a fim de evitar que venham a cair nestes tormentos. E a voz da Justiça obtempera pela boca do Patriarca: Os teus irmãos estão, como tu estiveste, em provas. Lá mesmo na Terra há quem os advirta sobre isso. Se eles não ouvem a esses, não ouvirão tão pouco a um mensageiro celeste. Quando os homens se entregam à loucura dos prazeres sensuais, ficam animalizados e inacessíveis às vibrações que os anjos lhes transmitem. Como queres, pois, que um Espírito possa despertar os teus irmãos, quando não lograram despertar-te! A justiça se cumprirá com eles como se está cumprindo contigo: a dor ensiná-los-á a compreender a responsabilidade em que todos se encontram perante a soberana e indefectível justiça de Deus. A dor os fará saber e sentir que aqueles a quem muito é dado — seja em bens espirituais, seja em bens temporais — muito será exigido; ensinará também que os homens são responsáveis, não só pelo mal que praticam, como pelo bem que, podendo, deixam de praticar. 

  E o rico conformou-se, compreendendo que — dura lex, sed lex. (A lei é dura, mais é a lei) 


Jesus, o Mestre ~ 

  Jesus curou cegos de nascença, surdos-mudos, epilépticos, hidrópicos, doidos e lunáticos, paralíticos, reumáticos e leprosos; sarou, finalmente, enfermos de toda a casta que a ele recorreram em busca do maior bem temporal — a saúde. No entanto, jamais o Senhor pretendeu que o dissessem médico, ou clínico. 

  Jesus frequentava o templo e as sinagogas onde atendia aos sofredores e ensinava ao povo as verdades eternas, mas nunca se inculcou levita ou sacerdote. 

  Jesus predisse com pormenores e particularidades o cerco, a queda e a ruína de Jerusalém; como essa, fez várias outras profecias de alta relevância. Penetrava o íntimo dos homens, devassando-lhes os arcanos mais secretos, porém não consta que pretendesse as prerrogativas de vidente ou de profeta. 

  Jesus realizou maravilhas, tais como: alimentar mais de cinco mil pessoas com três pães e dois peixes; acalmar a tempestade, impondo inconcebível autoridade às ondas revoltas do oceano. Ressuscitou a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e, também, Lázaro, sendo que este último já estava sepultado havia quatro dias. Transformou a água em vinho nas bodas de Cana da Galiléia e, muitos outros prodígios operou não pretendendo, apesar disso que o considerassem milagreiro ou taumaturgo. 

  Jesus aclarava as páginas escriturísticas, fazendo realçar da letra que mata o espírito que vivifica, mas não se apresentou como exegeta ou, ministro da palavra. 

  O único título que Jesus reclamou para si, fizesse jus às mais excelentes denominações honoríficas que possamos imaginar, foi o de “mestre”. Esse o título por ele reivindicado, porque realmente Jesus é o Mestre excelso, o Educador incomparável. 

  A sua fé na obra da redenção humana, mediante o poder incoercível da educação, acordando as energias espirituais, é inabalável, é absoluta. Tão firme é a crença na regeneração dos pecadores, na renovação de nossa vida, que por esse ideal se ofereceu em holocausto. 

  Educar é remir. O Filho de Deus deu-se em sacrifício pela causa da liberdade humana. A cruz plantada no cimo do Calvário não representa somente a sublime tragédia do amor divino: representa também o símbolo, o atestado da fé viva que Jesus tem na transformação dos corações, na conversão das nossas almas. "Quando eu for levantado no madeiro, atrairei todos a mim..." asseverou ele. Todos, notemos bem; já não uma parcela mas a totalidade. Vemos por aí como é radical a sua confiança, a sua crença na reabilitação dos culpados, através da educação. 

  Sim da educação, dizemos bem, porque só um título Jesus reclamou, chamando-o a si e, o fez sem rodeios sem rebuços, nem perífrases, antes com a máxima franqueza e toda a ênfase: o título de mestre. Dirigindo-se aos seus discípulos, advertiu-os desta maneira: "Um só é o vosso mestre, a saber — o Cristo Portanto, a ninguém mais chameis mestre senão a mim". (Mateus, 23:8.) 

  Jesus rejeitou o ceptro, o trono, a realeza, alegando que o seu reino não é deste mundo. Dispensando igualmente, a glória e as honras terrenas; um só brasão fez questão de ostentar: ser mestre, ser educador. É significativo! 

  "Eu sou a luz do mundo, sou a verdade, sou o pão que desceu do céu" — proclamou o Senhor. Esparzir Luzes revelar a verdade, distribuir o pão do Espírito — tal a obra da educação, tal a missão do Redentor da Humanidade. 

  Que dúvida nos poderá restar a nós, neo-cristãos, sobre o rumo que deve tomar a nossa actividade, uma vez que o advento do Espiritismo é o do Consolador prometido? Que outra forma poderemos dar ao nosso trabalho, que seja tão eficaz, tão profícua e benéfica à renovação social, como aquela que se prende à educação, no seu sentido lato e amplo? 

  Trabalhemos, pois, com ardor e entusiasmo pela causa da educação da Humanidade, começando pela infância e pela juventude desta terra de Santa Cruz (*)

/… 
(*) Nome dado ao Brasil pelos portugueses no ano seguinte ao seu descobrimento (i)Adenda desta publicação. 

“Aos que comigo crêem e sentem as revelações do Céu, comprazendo-se na sua doce e encantadora magia, dedico esta obra.” 
                                                                                Pedro de Camargo “Vinícius” 


Pedro de Camargo “Vinícius” (i)Em torno do Mestre, 1ª Parte / Seixos e Gravetos; A natureza humana / Lázaro e o rico / Jesus, o Mestre, 14º fragmento desta obra. 
(imagem de contextualização: A Arte da Pintura, óleo sobre tela (1666), de Johannes Vermeer)  

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