Da arte com que trabalharmos o nosso pensamento dependem as nossas misérias ou as nossas glórias...

sábado, 23 de julho de 2011

O nosso futuro está em nossas mãos

Entretanto, não será sem custo que ela se levantará; a ascensão não prosseguirá sem dificuldades. As faltas e os erros cometidos repercutem como causas de obstrução nas vias futuras e o esforço terá de ser tanto mais enérgico e prolongado quanto mais pesadas forem as responsabilidades, quanto mais extenso tiver sido o período de resistência e obstinação no mal. Na escabrosa e íngreme subida, o passado dominará por muito tempo o presente e o seu peso fará vergar mais de uma vez os ombros do caminhante; mas, do Alto, mãos piedosas estender-se-ão para ele e ajudá-lo-ão a transpor as passagens mais escarpadas. “Há mais alegria no Céu por um pecador que se arrepende do que por cem justos que perseveram.”
O nosso futuro está em nossas mãos e as nossas facilidades para o bem aumentam na razão directa dos nossos esforços para o praticarmos. Toda vida nobre e pura, toda missão superior é o resultado de um passado imenso de lutas, de derrotas sofridas, de vitórias ganhas contra nós mesmos; é o remate de trabalhos longos e pacientes, a acumulação de frutos de ciência e caridade colhidos, um por um, no decurso das idades. Cada faculdade brilhante, cada virtude sólida reclamou existências multíplices de trabalho obscuro, de combates violentos entre o espírito e a carne, a paixão e o dever. Para chegar ao talento, ao gênio, o pensamento teve de amadurecer lentamente através dos séculos. O campo da inteligência, penosamente desbravado, a princípio apenas deu escassas colheitas; depois, pouco a pouco, vieram as searas cada vez mais ricas e abundantes.

LÉON DENIS, O Problema do ser, do destino e da dor, Segunda Parte/O Problema do Destino, XIII – As vidas sucessivas. A reencarnação e suas Leis (5 de 7)

1 comentário:

palavra luz disse...

"...O nosso futuro está em nossas mãos e as nossas facilidades para o bem aumentam na razão directa dos nossos esforços para o praticarmos..."

Tenho vivido por vezes um pouco atormentado pela noção da minha falta de capacidade para praticar o bem.

Isto das "...faculdades brilhantes”, e das “…virtudes sólidas." deixam-me transido de inutilidade e de sentimento frustração.

Ultimamente tenho-me refugiado num sentimento cada vez mais intenso de desejo de humildade. Instituí como modelo de vida a abnegação de pessoas pelas quais passei e que me deram um luminoso exemplo de completa e inexcedível modéstia.

A minha muito amada e admirada avó foi a pessoa mais modesta que eu conheci, mas era animada por uma convicta naturalidade para enfrentar as suas tarefas de todos os dias com fé, resoluta coragem de humildade e total serenidade.

Não há nenhum intelectual nem homem de feitos de cultura que iguale, no meu conceito, o valor sereno, a capacidade corajosa de sofrer e uma reserva de alegria natural a que chamo coragem essencial, e de que era animada a minha Mamã Grande.

Oxalá esse poderoso sentimento me valha.

Abraço Gilberto, extensivo a todos os visitantes!